Acções da Xiaomi estão em queda consecutiva há um ano – o boom do smartphone acabou?

Se o valor em bolsa da Xiaomi for um indicador a considerar a  Xiaomi será em breve apenas aquilo que sempre foi, uma empresa que vende smartphones baratos.

A Xiaomi tem sido, um motivo de inspiração para os fabricantes de smartphones da China em todo o mundo. A Xiaomi tem pautado o seu caminho por oferecer equipamentos de todas as gamas a preços muito agressivos e parece ser uma história de sucesso absoluto. Mas as acções da empresa contam uma história bem diferente: A história de uma Xiaomi que não conseguiu capitalizar as suas vantagens, e agora vale menos que o Twitter.

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Recentemente, as acções da Xiaomi caíram para cerca de US $ 1,15 (USD) por ação, metade do valor com que se estreou no mercado há um ano. Como resultado, a capitalização de mercado total da Xiaomi é de cerca de US $ 28 mil milhões.

Embora a capitalização de mercado seja uma medida de valor relativo, é também uma das poucas formas de termos uma estimativa do que o mercado acha que uma empresa vale. E, neste ponto, a situação da Xiaomi parece bastante concreta: o preço das acções declinou de forma constante e consistente no ano passado, com muito pouca flutuação. Isso sugere que a maioria dos investidores não vê um futuro brilhante para a Xiaomi.

Porque os investidores não confiam no futuro da Xiaomi?

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O que sabemos sobre o mercado de smartphones que poderia fazer com que uma empresa como a Xiaomi falhasse? Por um lado, sabemos que em 2017 e 2018, o mercado global de smartphones encolheu e em 2018 continuou a diminuir. Os dados que temos mostram que essa tendência não está a diminuir em 2019.

Isso é uma má notícia para uma empresa que se baseia em expandir o seu território vendendo para cada vez mais países – a Xiaomi assumiu erradamente que as vendas globais de smartphones cresceriam e criariam um bolo cada vez maior que seria dividido entre as principais fabricantes.

Há também a pressão contínua que a Xiaomi tem enfrentado dos concorrentes – alguns antigos, como a Huawei e Honor e algumas novas, como a Realme da Oppo, que procura atacar diretamente a linha Redmi da Xiaomi. Isso sem falar na Vivo, Samsung, LG e várias marcas regionais disponíveis na índia e China, os maiores mercados da Xiaomi.

A competição não demorou muito para descobrir o que a Xiaomi estava a fazer bem – e copiar. E o que a Xiaomi estava a fazer não foi díficil de copiar: criar smartphones com bons componentes e, em seguida, vende-los a preços muito baixos.

O Ecosistema de produtos e serviços pode ser a garantia de futuro

A Xiaomi há muito tempo que trabalha em criar um ecosistema de aplicações e produtos que fidelizem os clientes á marca Mi.  De panelas de arroz a TVs, aspiradores, projetores inteligentes , purificadores de ar, a Xiaomi parece ter um produto Mi Ecosystem para cada necessidade.

Mas, apesar de todos esses esforços a verdade é que a Xiaomi não é tão especial quanto o hype inicial fazia acreditar. A Xiaomi faz smartphones – e isso faz muito bem. E talvez na China, o seu ecossistema de produtos e serviços seja atraente e competitivo o suficiente para se destacar. Mas no resto do mundo, particularmente no ocidente, as vendas on-line, os serviços e os produtos de consumo em geral são indústrias muito evoluídas e mais exigentes. Com a principal fonte de receita da Xiaomi a enfrentar um mercado cada vez menor, parece menos provável do que nunca que as suas ambições de chegar a cada vez mais países ocidentais se venham a concretizar.

Se o valor em bolsa da Xiaomi for um indicador a considerar a  Xiaomi será em breve apenas aquilo que sempre foi, uma empresa que vende smartphones baratos.

 

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