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Huawei Pura X: A prova de que ainda há espaço para inovação no mundo dos dobráveis
Durante os últimos anos, o mercado dos smartphones dobráveis tem evoluído, sim, mas de forma algo previsível. A maioria das marcas parece confortável a seguir duas fórmulas bem conhecidas: o formato tipo “livro”, como o Galaxy Z Fold, e o formato tipo “concha”, como o Galaxy Z Flip. A inovação tem sido, muitas vezes, estética e não funcional. E é precisamente aqui que o Huawei Pura X se destaca — ao desafiar essa rotina com uma proposta verdadeiramente diferente.
Um dobrável fora da caixa
Quando vi o Huawei Pura X pela primeira vez, percebi logo que este não era apenas mais um “flip” com melhorias incrementais. A Huawei decidiu virar o conceito do avesso — literalmente — ao apostar numa dobragem horizontal em vez da tradicional vertical. O resultado? Um ecrã OLED interno de 6,3 polegadas com proporção 16:10, mais largo e significativamente mais confortável para consumo de conteúdo, navegação e multitarefa.
Esta decisão de design parece-me mais do que uma jogada estética: é uma tentativa real de melhorar a experiência de utilização. E, para mim, isso é o que mais falta no segmento dos dobráveis — coragem para fazer diferente, mesmo que isso implique sair da zona de conforto.
O exterior também surpreende
O ecrã externo de 3,5 polegadas, em formato quadrado, é prático e útil. Permite responder a notificações, tirar selfies, controlar a música ou até pré-visualizar fotografias, tudo sem abrir o dispositivo. Nada de novo em teoria, mas aqui o formato torna-o mais intuitivo de usar no dia a dia.
A construção também merece destaque. A Huawei optou por uma dobradiça em liga de titânio, com estrutura em “gota de água”, que ajuda a suavizar o vinco do ecrã — e ainda conseguiu incluir certificação IPX8, algo raro entre concorrentes diretos. A sensação geral é de um produto sólido, bem pensado e durável.
Autonomia acima da média
Outro ponto em que o Pura X quebra com as limitações habituais é na bateria. Com 4.720mAh, este é um dos maiores valores que já vimos num dobrável tipo “flip”, que normalmente sofre com baterias abaixo dos 4.000mAh. E faz toda a diferença.
Este aumento na capacidade não só prolonga o tempo de utilização, como também é essencial para suportar os dois ecrãs com taxas de atualização adaptativas LTPO de 1-120Hz. Em termos de fluidez e eficiência energética, estamos perante um topo de gama completo.
Um sistema de câmaras sem compromissos
A câmara é, frequentemente, o calcanhar de Aquiles dos dobráveis compactos. Mas o Pura X recusa-se a ceder nesse campo. Com um conjunto triplo de câmaras — 50MP principal, 40MP ultra grande angular com macro e 8MP com zoom ótico 3.5x — a Huawei mostra que é possível oferecer um desempenho fotográfico de alto nível num corpo compacto.
É uma abordagem refrescante e, na minha opinião, mais honesta. Quem compra um dobrável não devia ter de escolher entre formato inovador e boas câmaras. O Pura X prova que é possível ter ambos.
HarmonyOS NEXT: a pedra no sapato?
Como seria de esperar, nem tudo são boas notícias. O Pura X não corre Android, nem é compatível com apps Android. Com o novo HarmonyOS NEXT, a Huawei está a apostar tudo num sistema operativo próprio, alimentado por inteligência artificial da casa (modelos Pangu AI) e um novo assistente virtual, o Harmony Intelligence.
Embora este ecossistema esteja a crescer na China, para utilizadores fora do mercado chinês, a ausência dos serviços Google continua a ser um obstáculo difícil de ultrapassar. Ainda assim, para quem está disposto a experimentar algo diferente — ou para quem já vive integrado no ecossistema da Huawei — o Pura X pode ser uma proposta extremamente interessante.
Ousadia que merece reconhecimento
O Huawei Pura X começa nos cerca de 1.037 dólares na China, um valor competitivo para tudo o que oferece. Mas mais do que especificações ou preço, o que me cativa neste modelo é a ousadia.
Num mercado onde a inovação muitas vezes se resume a ajustes incrementais e mudanças cosméticas, o Pura X é uma afirmação clara de que ainda há espaço para criatividade verdadeira. Pode não ser para todos, especialmente devido às limitações de software fora da China, mas é exatamente este tipo de arrojo que o setor precisa.
Como utilizador e como fã de tecnologia, é impossível não aplaudir quando uma marca arrisca — e neste caso, a Huawei fez exatamente isso.
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