Estudo revela que baterias de carros elétricos podem durar mais do que o estimado, graças a fatores como a degradação natural ao longo do tempo. Esta descoberta tem grandes implicações para a indústria automóvel.
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O crescente interesse global na adoção de carros elétricos é inegável, mas continua a ser acompanhado por preocupações persistentes quanto à durabilidade das baterias e à autonomia dos veículos. Contudo, um estudo recente publicado na prestigiada revista Nature Energy oferece perspetivas animadoras, sugerindo que as baterias dos veículos elétricos podem ter uma vida útil significativamente mais longa do que aquilo que os testes acelerados em laboratório, geralmente realizados pelos fabricantes, indicavam. Esta descoberta pode não só aliviar receios dos consumidores em relação à necessidade de substituições frequentes e dispendiosas, como também incentivar uma transição mais rápida para a mobilidade elétrica, ao reforçar a confiança na fiabilidade e sustentabilidade destes veículos a longo prazo.
Os testes tradicionais de baterias baseiam-se em ciclos rápidos de carga e descarga para prever a sua durabilidade, mas esta abordagem pode não representar fielmente o uso quotidiano das baterias em veículos elétricos. Reconhecendo esta limitação, um estudo inovador publicado na Nature Energy adoptou uma metodologia distinta, ao longo de dois anos, para analisar o desempenho de 92 baterias de iões de lítio comerciais. Os investigadores implementaram quatro perfis de descarga diferentes, cada um concebido para simular variados cenários de condução, com o intuito de obter uma avaliação mais precisa e realista da longevidade e eficácia das baterias em condições reais de utilização. Esta abordagem pioneira promete oferecer insights valiosos para o desenvolvimento de baterias mais eficientes e duradouras, alinhadas com as necessidades dos utilizadores de veículos elétricos no dia a dia.
Surpreendentemente, o estudo revelou que a expectativa de vida das baterias de carros elétricos é fortemente influenciada pelo “envelhecimento induzido pelo tempo”, isto é, a degradação natural da bateria ao longo do tempo, e não apenas pelo número de ciclos de carga e descarga. Este achado sugere que fatores como acelerações e travagens frequentes, viagens curtas intercaladas com períodos de descanso e até deixar o carro parado por algum tempo podem, na verdade, contribuir para prolongar a vida útil da bateria. Ao contrário do que se poderia supor, estas práticas podem atenuar o desgaste natural das baterias, contrariando a ideia de que apenas uma utilização intensiva e contínua seria prejudicial. Assim, a gestão cuidadosa dos hábitos de condução e dos períodos de inatividade do veículo emerge como uma estratégia eficaz para maximizar a longevidade das baterias, oferecendo uma nova perspetiva sobre a manutenção de veículos elétricos.
Os resultados do estudo têm implicações importantes para a indústria de automóveis elétricos. Os fabricantes de automóveis devem conseguir otimizar o software de gestão da bateria e prolongar a sua durabilidade. Considerando que as baterias constituem uma parte significativa do custo total de um veículo elétrico, mantê-las operacionais por mais tempo é especialmente importante.
Em termos de custos, as notícias continuam a ser animadoras no setor dos veículos elétricos. Os preços das baterias têm vindo a diminuir de forma constante, com uma redução significativa de 20% só em 2024. Este decréscimo resulta do rápido aumento da produção e da utilização de materiais mais económicos, reduzindo assim o preço médio do pacote de baterias para €104 por kWh. Especialistas preveem que esta tendência de descida continue, com os preços a caírem para menos de €90 por kWh até 2026 e a atingirem valores tão baixos quanto €62 por kWh até 2030. Esta redução nos custos das baterias não só torna os carros elétricos mais acessíveis, como também incentiva a transição para a mobilidade sustentável.
As recentes descidas de preços no mercado das baterias são uma boa notícia para os consumidores, que podem agora aceder a produtos mais acessíveis. No entanto, esta situação acarreta também desafios significativos para o setor, especialmente para os fabricantes de automóveis de menor dimensão. A possibilidade de um excesso de oferta, aliado a intensas disputas de preços entre gigantes como a CATL e a BYD, pode exercer uma pressão adicional sobre estes fabricantes. Muitos poderão ser forçados a reduzir as suas margens de lucro para se manterem competitivos, enquanto outros poderão enfrentar dificuldades financeiras mais graves, que os poderão conduzir à falência. Este cenário exige estratégias cuidadosas e inovadoras para que os fabricantes mais pequenos consigam sobreviver e prosperar num mercado cada vez mais competitivo e volátil.
O estudo publicado na Nature Energy oferece uma perspetiva promissora sobre a durabilidade das baterias, abordando uma preocupação crucial para potenciais compradores de automóveis elétricos. Este avanço na tecnologia das baterias não só assegura uma maior longevidade e eficiência, mas também contribui para a confiança dos consumidores em relação aos veículos elétricos. Com a contínua diminuição dos preços das baterias, prevê-se que os custos associados aos veículos elétricos se tornem mais competitivos em relação aos veículos a gasolina num futuro próximo. Esta convergência de preços poderá impulsionar uma mudança significativa no mercado automóvel, favorecendo a adoção de soluções de transporte mais sustentáveis e ambientalmente responsáveis.
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Formado em Informática / Multimédia trabalho há 10 anos em Logística no Ramo Automóvel. Tenho uma paixão pelas Novas Tecnologias , cresci com computadores e tecnologias sempre presentes, assisti à evolução até hoje e continuo a absorver o máximo de informação sou um Tech Junkie. Viciado em Smartphones e claro no AndroidGeek.pt