Samsung vence em quase todas as áreas, mas onde tem que melhorar é na câmara

Se dermos um saltinho ao passado vemos que talvez desde o Galaxy S7 que a Samsung não se destaca no que às câmaras diz respeito, e isto tem uma razão de ser. Havia um problema para ser resolvido.

Os telefones Galaxy S da Samsung estão sempre entre os melhores que o dinheiro pode comprar. Ano após ano, com pouquíssimas exceções, o Galaxy S ou Galaxy Note têm dos melhores ecrãs  ,dos melhores processadores e os recursos que a maioria dos compradores deseja e, acima de tudo, a disponibilidade que cria uma receita para o sucesso.

O décimo aniversário da linha pinta um quadro ainda maior de sucesso para uma empresa que já teve muitos dias de glória, e se disserem que o Galaxy S10 é o melhor smartphone que podem comprar, concordamos que é sem dúvida um dos melhores.

Samsung vence em quase todas as áreas, mas onde tem que melhorar é na câmara 1

Há uma área onde a Samsung teve um cuidado extra: a câmara.  Se dermos um saltinho ao passado vemos que talvez desde o Galaxy S7 que a Samsung não se destaca no que às câmaras diz respeito, e isto tem uma razão de ser. Havia um problema para ser resolvido. Há uma explicação mais simples do porquê, e é algo que a Samsung está a tentar resolver: Inteligência Artificial.

 

A Samsung é o rei indiscutível do hardware de tecnologia móvel. Algumas pessoas dirão o contrário, mas na verdade nenhum outro fabricante de telefones tem tanta produção própria de componentes internos, e vende esses mesmos componentes a outros fabricantes ao seu nível. E esses componentes são bons. Essa filosofia tem sido o forte da câmara do Galaxy S ao longo da sua vida; a empresa depende das melhores partes para tornar sua câmara tão boa quanto possível. Essas peças podem ser provenientes de outra empresa ou construídas internamente, como vimos nos sensores de câmaras nos últimos anos.

O nome da Samsung é sinónimo de excelente hardware

Mas há uma coisa que duas ou três lentes e aberturas ajustáveis ​​sobre sensores CCD de grande formato não podem fazer sozinhos, e isso é a fotografia computacional reforçada pelo software de aprendizagem de máquina. Pensem nos resultados incríveis dos Pixel do Google, e linha Huawei Mate, ou até mesmo iPhone.

Mesmo usando sensores parecidos, os telefones que referimos acima podem tornar-nos um fotógrafo melhor por causa dos complexos algoritmos que transformam uma foto medíocre em boa, e uma ótima foto numa obra-prima.

 

Como é que isto é feito? Não é magia. Alimentem um computador monstruoso com ML especializado (o termo genérico para aprendizagem de máquina), cores suficientes e, eventualmente, essa máquina “saberá” qual o processamento a realizar para que a imagem fique “perfeita”.  Esse é o tipo de aprendizagem de máquina usado em carros autónomos, algoritmos biométricos faciais e aspiradores robóticos, portanto não é específico do software da câmara. Mas funciona muito bem com software de câmara, especificamente a parte dele que constrói uma imagem a partir de um aglomerado de pixels e pontos de luz colorida.

 

A câmara Pixel do Google e o Pixel Visual Core “sabe” o aspecto de uma árvore, um gato ou um par de óculos no rosto de uma pessoa. O mesmo acontece com o Kirin AI da Huawei e, para uma extensão menor, mas ainda competente, o mesmo acontece com os co-processadores AI da série A da Apple. Eles sabes como são esses temas sob uma luz brilhante, onde a imagem capturada é nítida e clara, mas também conhecem as mesmas coisas com pouca luz ou mesmo quando não há luz suficiente para construir uma foto sem ML, como vemos na Visão Noturna do Pixel.

 

Google, Huawei e Apple têm uma arma secreta que outros não possuem – melhor AI

 

Quando abrimos a aplicação da câmara no Pixel 3 ou Mate 20 Pro, ele começa a processar o que está na frente do sensor muito antes de tocarmos no botão do obturador. Ele está a recolher dados para ter certeza de que pode reconhecer os objetos e quando chegar a hora ,  tirar a foto com software da câmara – nesse caso, o software também engloba o firmware dos Chipsets usados ​​para processar a captura de imagem – usa dados recolhidos antes de o botão ser tocado,  Estes dados são usados para construir uma foto ou série de fotos com excelentes resultados. Normalmente, isso cria uma foto melhor e às vezes fotos quase perfeitas.

 

A Samsung também recolhe dados do sensor da mesma maneira, e usa isto para alguns truques muito interessantes na aplicação de fotos, como encontrar o melhor enquadramento da foto. O que a Samsung não está a fazer tão bem quanto a concorrência no espaço da câmara é a parte computacional da IA. O “motor” não é tão bom quanto o do Google ou o da Huawei.

O ingrediente em falta

Imaginem um Galaxy S10 com o mesmo arranjo de três câmaras e o mesmo tipo de IA poderosa que pode gerir a forma, a detecção de margens e a cor das coisas à frente da lente. Esses componentes do ML não precisam  substituir o excelente hardware ou os dados extras que a Samsung pode recolher ao ter várias câmaras e coisas como sensores de tempo de vôo (TOF); a AI pode servir para preencher os espaços em branco quando esses componentes de hardware não fornecem dados suficientes. O que o Google pode fazer com uma lente é incrível; Não só conseguem ter uma foto nítida como com cor correta e podem até mesmo manipular o campo de luz para um efeito de profundidade de campo ajustável.

É isto que está a faltar á Samsung, elevar o nível da sua AI para a mesma fasquia do seu excelente hardware. Quando isto acontecer este gigante será imparável.

 

 

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