A empresa sul-coreana SK Hynix está a investigar como é que duas das suas chips de memória acabaram no Huawei Mate 60 Pro. Há restrições às exportações para a China, o que levanta questões sobre a legalidade desta situação.
Neste artigo vão encontrar:
O fabricante sul-coreano de chips SK Hynix está tentando entender como duas de suas memórias foram parar dentro do smartphone Mate 60 Pro da Huawei. A empresa canadense Techinsights desmontou o novo dispositivo e descobriu que um chip de RAM LPDDR5 de 12GB da SK Hynix foi utilizado pela Huawei, juntamente com uma memória NAND de 512GB também da mesma empresa.
O vice-presidente da TechInsights, G Dan Hutcheson, em entrevista à CNN, explicou: “A importância desse caso é que existem restrições quanto ao que a SK Hynix pode enviar para a China. De onde vêm esses chips? A grande questão é se alguma lei foi violada.” A memória RAM é utilizada para armazenar dados a curto prazo, permitindo seu acesso rápido sem que seja necessário buscar na memória a longo prazo. Já a memória flash NAND é usada para armazenar dados a longo prazo, mesmo quando o dispositivo está sem energia.
Um porta-voz da SK Hynix afirmou à CNN que a empresa está ciente de que suas memórias foram encontradas no Mate 60 Pro e que já está investigando o caso. A empresa ressaltou que “a SK Hynix está cumprindo rigorosamente as restrições de exportação do governo dos EUA” e que “não possui mais relações comerciais com a Huawei desde a imposição das restrições dos EUA contra a empresa”. As alterações nas regras de exportação dos EUA, que visam dificultar o acesso da Huawei a chips de ponta, foram anunciadas em 2020.
Acredita-se que as memórias tenham sido obtidas pela Huawei no mercado secundário e não diretamente da SK Hynix. Outra possibilidade é que a Huawei tenha estocado previamente os componentes mencionados, antes das alterações nas regras de exportação dos EUA. A Techinsights continua analisando o Mate 60 Pro e descobriu que a maioria dos componentes utilizados no dispositivo são fornecidos por empresas chinesas.
A investigação sobre como os chips Kirin 9000s foram produzidos também chamou a atenção da Casa Branca. Os congressistas Mike Gallagher (R-WI) e Michael McCaul (R-TX) pediram restrições mais rígidas para a exportação de tecnologia para a China.
Além do Mate 60 Pro, a Huawei anunciou recentemente uma versão premium do smartphone chamada Mate 60 Pro+. Esse modelo também utiliza o chipset Kirin 9000s. Antes de lançar os novos topos de linha, a Huawei obteve licenças que permitiram a importação de versões especiais do SoC Snapdragon 8+ Gen 1 da Qualcomm para serem utilizadas na linha Mate 50 do ano passado e na série P60 deste ano. Esses chips foram modificados para não funcionarem em redes 5G.
A última vez que a Huawei usou seus próprios chips Kirin foi em 2020, com a linha Mate 40, que trazia os chipsets Kirin 9000 e Kirin 9000E, fabricados pela TSMC usando seu processo de 5nm.
O caso das memórias encontradas dentro do Huawei Mate 60 Pro despertou questionamentos sobre as regras de exportação dos EUA e a relação da Huawei com empresas internacionais. A SK Hynix está investigando a origem dessas memórias, enquanto congressistas americanos pedem restrições mais rígidas para a exportação de tecnologia para a China.
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