A Huawei está a fazer um retorno global com os seus próprios chips e sistema operativo. A empresa chinesa introduziu o Mate 60 com o seu chipset Kirin 9000s, apesar das limitações impostas pelos EUA.
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Quem diria que a Huawei, outrora uma força incontestável no mundo dos smartphones, conseguiria ressurgir das cinzas após ser inserida na lista negra dos EUA? Contra todas as probabilidades, a empresa chinesa empenhou-se em estratégias inovadoras para assegurar a sua presença no competitivo mercado global.
No auge da sua glória, a Huawei ombreava com gigantes como a Samsung e a Apple, numa corrida renhida pelo título de maior fabricante de smartphones do planeta. Embora esses tempos possam parecer distantes, a verdade é que a Huawei demonstrou uma resiliência notável, adaptando-se às adversidades com soluções tecnológicas e parcerias que lhe permitiram manter-se no radar dos consumidores e continuar a sua jornada de reinvenção e relevância.
Com a proibição de acesso à cadeia de suprimentos dos Estados Unidos, a Huawei enfrentou o desafio de se adaptar sem o suporte do Google, levando à criação do seu próprio sistema operativo, o HarmonyOS Next. Esta versão mais recente representa um marco significativo para a empresa, pois é totalmente independente do Android e apoia-se em aplicações nativas desenvolvidas internamente.
Esta iniciativa não só demonstra a resiliência e capacidade de inovação da Huawei, como também reflete uma tentativa ousada de construir um ecossistema próspero e autónomo, afastando-se da dependência do gigante tecnológico do Vale do Silício. Num mercado dominado por poucos, a Huawei procura, assim, afirmar-se como uma alternativa viável e competitiva, apostando na personalização e integração dos seus serviços para conquistar a confiança dos consumidores.
Um ano após ser inserida na lista negra, a Huawei enfrentou um revés significativo ao perder a capacidade de adquirir chips 5G de última geração, consequência de uma alteração nas regras de exportação dos Estados Unidos. Sem acesso ao Android, aos serviços Google e aos seus próprios chipsets 5G, a Huawei viu-se obrigada a adaptar-se e a utilizar processadores de aplicações Snapdragon 4G nos seus modelos de topo, como os P50, Mate 50 e P60. Esta situação representa uma verdadeira viagem no tempo para a gigante tecnológica, que se viu forçada a retroceder numa era em que a tecnologia 4G reinava, contrastando com o ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico global na área do 5G.
Em agosto de 2023, a Huawei surpreendeu o mercado ao lançar a linha Mate 60, marcando o regresso da marca ao uso de seus próprios chipsets com o Kirin 9000s. Este lançamento foi particularmente significativo, pois desde a série Mate 40 de 2020 que a Huawei não utilizava um chipset próprio, numa altura em que a empresa enfrentava restrições comerciais e tecnológicas. O Kirin 9000s, apesar de estar tecnologicamente dois anos atrás das inovações mais recentes, trouxe consigo suporte para 5G e desencadeou uma onda de orgulho nacionalista na China. Esta estratégia reflete uma postura de resiliência e independência tecnológica, sugerindo que, para muitos, o valor do patriotismo pode superar a necessidade de estar na vanguarda da tecnologia global.
Apesar de ser a principal fabricante de smartphones premium na China, a Huawei enfrenta dificuldades ao tentar expandir-se nos mercados globais. A inclusão na lista negra impede-a de integrar o Google nos seus telefones, complicando a sua expansão para além das fronteiras chinesas. No entanto, a loja de aplicações própria da Huawei tem potencial para ser uma alternativa razoável à Google Play Store. Será que a Huawei conseguirá ultrapassar este obstáculo?
A Huawei pretende expandir a sua presença para 60 países, mas enfrenta um obstáculo crucial: a falta de acesso aos chips de 3nm. Enquanto a concorrência avança, a Huawei fica para trás devido à incapacidade de adquirir as máquinas de litografia ultravioleta extrema necessárias para fabricar chips mais avançados. Conseguirá a Huawei superar esta limitação e continuar o seu caminho de volta ao topo?
Apesar de todas as dificuldades, a Huawei continua a inovar e a reinventar-se. Com a sua capacidade de surpreender, mesmo com as mãos atadas, a empresa ainda tem hipóteses de expandir a sua presença global. Contudo, uma coisa é certa: os EUA não estão propriamente de braços abertos para receber a Huawei de volta. Resta saber se a Huawei conseguirá ultrapassar os desafios e manter a sua posição no mercado de smartphones.
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Formado em Informática / Multimédia trabalho há 10 anos em Logística no Ramo Automóvel. Tenho uma paixão pelas Novas Tecnologias , cresci com computadores e tecnologias sempre presentes, assisti à evolução até hoje e continuo a absorver o máximo de informação sou um Tech Junkie. Viciado em Smartphones e claro no AndroidGeek.pt