Num marco histórico para a indústria tecnológica, a Apple conquistou o topo do mercado global de smartphones no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados divulgados pela Counterpoint Research, a empresa de Cupertino foi a marca com mais unidades enviadas entre janeiro e março deste ano — um feito inédito e que confirma a força da marca num segmento cada vez mais competitivo.
Esta conquista foi impulsionada, em grande parte, pelo lançamento do iPhone 16e, um modelo mais acessível da nova geração, que parece ter conquistado uma vasta base de consumidores fora dos mercados tradicionais da Apple.
Neste artigo vão encontrar:
Apple em primeiro lugar com 19% do mercado
De acordo com o relatório da Counterpoint Research, a Apple obteve uma quota de mercado de 19% nos envios globais de smartphones, o que representa um crescimento de 4% face ao mesmo período do ano passado. Apesar da estagnação ou queda das vendas em mercados-chave como os Estados Unidos, Europa e China, a empresa registou um crescimento acima dos dois dígitos em regiões como o Japão, Índia, Sudeste Asiático, Médio Oriente e África.
Estes resultados reforçam a estratégia da Apple em diversificar a sua base de consumidores, apostando cada vez mais em modelos com preços mais competitivos, como o iPhone 16e, e em serviços digitais que criam um ecossistema mais atrativo e fidelizador.
Samsung em segundo lugar, mas com sinais positivos
A Samsung, que tradicionalmente liderava este ranking, surge agora em segundo lugar com 18% da quota de mercado, registando uma quebra de 5% nos envios em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Apesar deste início mais lento, a marca sul-coreana teve um mês de março positivo, com crescimento de dois dígitos, graças ao lançamento da linha Galaxy S25.
Em particular, o Galaxy S25 Ultra destacou-se com uma performance de vendas superior à do seu antecessor, mostrando que a aposta da Samsung na segmentação premium continua a dar frutos, mesmo num contexto de maior concorrência.
Xiaomi segura o terceiro lugar e vivo surpreende
A Xiaomi manteve-se firme no terceiro lugar, com 14% de quota de mercado e um crescimento de 5% nos envios. A marca chinesa beneficiou não só do forte desempenho no mercado interno, como também da expansão sustentada para novos mercados internacionais, onde os seus dispositivos continuam a oferecer uma relação qualidade/preço muito competitiva.
Já a vivo foi a fabricante que mais cresceu neste trimestre, com um aumento de 6% nos envios, atingindo 8% de quota de mercado. Esta marca, muitas vezes subestimada no Ocidente, está a consolidar a sua posição no mercado global, aproveitando a retração de outras marcas e apresentando uma oferta equilibrada em termos de inovação e preço.
Oppo mantém presença, apesar da ligeira queda
A Oppo, com também 8% de quota de mercado, viu os seus envios caírem 1% face ao ano anterior. No entanto, registou crescimento relevante em mercados como a Índia, América Latina e Europa, o que mostra que a marca continua com uma estratégia de expansão ativa, mesmo perante algumas dificuldades na China.
Huawei, Honor e Motorola em ascensão
Fora do top 5, há marcas que continuam a mostrar sinais de vitalidade. A Huawei foi a marca mais vendida na China no primeiro trimestre, enquanto a Honor e a Motorola registaram crescimentos consistentes em vários mercados, mas ainda insuficientes para figurarem entre as cinco maiores fabricantes a nível global.
No total, o mercado mundial de smartphones cresceu 3% em número de unidades enviadas durante este primeiro trimestre de 2025, um sinal tímido mas positivo num setor que tem enfrentado vários desafios.
Perspetivas para o resto de 2025
Apesar deste crescimento inicial, as previsões para o resto do ano são mais cautelosas. A Counterpoint Research antecipa uma ligeira retração no mercado global de smartphones em 2025, em grande parte devido às tarifas impostas pelos EUA, que poderão impactar o preço final dos equipamentos e o poder de compra em alguns mercados.
Apple assume liderança, mas a batalha está longe de terminar
O facto de a Apple se ter tornado, pela primeira vez, a maior fabricante de smartphones do mundo é um feito simbólico e relevante. Mostra que a marca conseguiu reinventar-se, apostando em modelos mais acessíveis e numa estratégia de expansão além dos mercados “clássicos”.
No entanto, este não é o fim da linha para os seus concorrentes. A Samsung continua a ter uma base de utilizadores fiel, a Xiaomi cresce com consistência e marcas como a vivo e a Honor estão mais ambiciosas do que nunca.
O mercado está em constante transformação, e se há algo que aprendemos nos últimos anos é que a liderança é volátil. O consumidor está mais exigente, a concorrência mais feroz e a inovação tecnológica será sempre o fator decisivo. A corrida pelos smartphones está ao rubro — e nós vamos continuar a acompanhar tudo de perto.
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