Sabias que a Meta pode continuar a usar os teus dados pessoais para treinar a sua Inteligência Artificial, mesmo que te oponhas? Pois é. Num mundo onde as grandes tecnológicas nos vendem a promessa da privacidade, o que está a acontecer com o Facebook, Instagram e afins parece uma distopia digital.
Neste artigo vão encontrar:
Queres sair da base de dados da IA da Meta? Boa sorte com isso.
A Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) disponibilizou recentemente um formulário que permite aos utilizadores oporem-se à utilização das suas informações públicas para treinar modelos de IA generativa. Parece uma boa notícia, certo?
Errado.
Lê as entrelinhas: mesmo que preenchas o formulário e digas claramente que não queres que os teus dados sejam usados, a Meta vai continuar a processar as tuas informações. Como? Basta que alguém publique uma foto tua, te mencione num comentário ou partilhe uma legenda onde o teu nome aparece. Ou seja, o teu “não” só é respeitado… se viveres numa bolha.
O que está realmente em causa?
A Meta está a utilizar:
- As tuas publicações públicas,
- As tuas fotos e respetivas legendas,
- Os comentários que fizeste em posts visíveis a todos,
para alimentar a sua própria Inteligência Artificial — a IA na Meta — com modelos como o Meta AI e ferramentas criativas de IA.
Mesmo que optes por sair, como é teu direito (pelo menos em teoria), a empresa continua a recolher os teus dados caso apareças em conteúdos partilhados por outros utilizadores.
E se fores marcado numa foto de grupo? E se alguém citar o teu comentário noutro post? E se simplesmente fizerem referência ao teu nome?
A resposta é simples: os teus dados continuam a ser processados para melhorar a IA da Meta.
“Privacidade” só no papel
O problema é mais profundo do que um simples formulário. A própria estrutura da Meta parece desenhada para impossibilitar um verdadeiro controlo sobre os nossos dados. Para cada conta ligada ao teu Centro de Contas, tens de preencher um novo pedido. Sim, leste bem — um formulário por conta.
E mesmo assim, a empresa admite que vai continuar a tratar as tuas informações se estas forem tornadas públicas por terceiros. Então… de que serve esta oposição?
Isto é só o começo
Com a expansão da IA generativa, as grandes tecnológicas estão desesperadas por dados. Quantos mais dados, mais poderosas as suas IAs se tornam. E quem é a fonte? Tu. Os teus amigos. As tuas interações. As tuas fotos. Os teus pensamentos.
Este movimento da Meta é apenas o primeiro de muitos. Amanhã será o TikTok, o X (ex-Twitter), o YouTube… e não há garantias de que uma oposição vá mesmo significar um “não”.
Então o que podes fazer?
- Reclama. Preenche o formulário (mesmo que seja limitado). É o teu direito.
- Limita o que partilhas publicamente. Quanto menos deixares em modo público, menos matéria-prima dás à IA.
- Informa-te e informa outros. Este tipo de práticas só muda com pressão coletiva.
- Questiona. Sempre. Porque razão temos de nos “opor” ativamente a algo que devia exigir o nosso consentimento explícito?
Conclusão:
A Meta está a jogar um jogo perigoso com os teus dados. Enquanto nos entretém com reels e stories, está a construir um império de inteligência artificial baseado nas nossas vidas. Um império que não pedimos para construir. Um império onde o “não” não significa nada.
Segue o AndroidGeek para continuares a descobrir o que está a ser feito com os teus dados — antes que seja tarde demais.
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