as aplicações pré-instaladas no nosso Android enviam informações privadas para empresas que não têm nada a ver connosco. Até mesmo para servidores desconhecidos, como aconteceu agora com a HMD Global, Nokia.
Talvez não estejamos muito conscientes disso, mas nos nossos smartphones há uma enorme quantidade de aplicações e serviços que não controlamos. Isso foi demonstrado por uma investigação completa que acaba de ser publicada esta semana: as aplicações pré-instaladas no nosso Android enviam informações privadas para empresas que não têm nada a ver connosco. Até mesmo para servidores desconhecidos, como aconteceu agora com a HMD Global, Nokia.
Um estudo revela o perigo potencial de aplicações pré-instaladas no Android
As aplicações pré-instaladas em qualquer telefone Android representam riscos de privacidade para os proprietários do telefone.
A HMD Global distribui os seus smartphones em todos os territórios, onde se inclui a China. A empresa oferece smartphones Nokia que nem sempre têm correspondência a modelos internacionais; também integrando software desenvolvido especificamente para esse país. Já sabemos como o governo chinês se comporta com as suas empresas: todas têm que partilhar por obrigação o que os seus utilizadores fazem.
Os modelos internacionais de empresas que vendem smartphones para fora da China não incluem, por padrão, aplicações destinadas ao país asiático, mas a HMD Global deixou escapar um jogo do Nokia 7 Plus com spyware que acabou nos mãos equipamentos de utilizadores finlandeses.
O problema é sério, já que o servidor chinês não é da HMD Global. A empresa corroborou o incidente e também garantiu que iria corrigir os smartphones afetados com uma atualização de software para eliminar qualquer vestígio de aplicações indesejadas. O site finlandês NRKbeta descobriu as más notícias, e registou como a aplicação responsável por recolher os dados privados funcionava e também que o servidor que os recebia era da operadora China Telecom.
A explicação para este incidente está na venda internacional de uma remessa de Nokia 7 Plus com software para utilizadores chineses. A operação deste software revelou-se muito preocupante: sempre que o telefone era ligado ou desbloqueado, estabelecia uma conexão com o servidor chinês, e enviavao o números de IMEI do telefone, IMSIs do cartão SIM e a posição geográfica do telefone. Sem saber, os proprietários de um Nokia 7 Plus afetado eram perfeitamente controlados da China.
A HMD Global não quis esclarecer o site NRKbeta de quem é o verdadeiro proprietário dos servidores que recolheram os dados dos utilizadores do Nokia 7 Plus. Também não confirmou se a empresa é obrigada a instalar esse software em dispositivos destinados à China. A HMD Global afirmou apenas que nenhum utilizador pode ser identificado a partir dos dados enviados pelo Nokia 7 Plus.
Embora o enorme problema de privacidade pareça estar resolvido, casos como esse devem manter-nos alerta sobre a origem dos nossos telefones e as aplicações que usamos neles, ou que vêm pré-instalados. Além disso, a autoridade em Proteção de dados da Finlândia abriu uma investigação para avaliar a violação do GDPR.
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