iPhone SE 5G vai ser um trunfo da Apple que ninguém esperava

A Apple anunciou a nova versão do iPhone SE com 5G no início desta semana e, à partida, não parece muito diferente do seu antecessor que foi lançado há dois anos. O iPhone SE destina-se a utilizadores que pretendam uma experiência familiar do iPhone, pelo que possui um botão Home físico com Touch ID integrado e um fator de forma que facilita a utilização com uma mão.

Com os iPhones a ficarem mais altos, mais largos e mais complexos a cada nova geração, o iPhone SE é projetado para fornecer o básico, ao mesmo tempo que lhe dá uma melhor câmara e o mais recente hardware interno.

Embora desta vez não haja alterações no design, o iPhone SE 5G embala o mais recente chipset A15 Bionic e inclui conectividade 5G. O resto do hardware é idêntico ao iPhone SE 2020: o modelo base começa com armazenamento de 64GB, uma única câmara de 12MP na parte traseira, um sensor frontal de 7MP e uma bateria de 1821mAh com carregamento rápido de 18W.

O grande ponto de destaque aqui é a conectividade 5G; o iPhone SE tem bandas 5G globais, o que faz com que seja a escolha óbvia para os utilizadores do iPhone 7/8 que ainda não fizeram a mudança para este padrão de conectividade.

Ao contrário dos iPhones mais recentes que têm bandas Sub-6 e mmWave mais rápidas na América do Norte, o iPhone SE está limitado à conectividade Sub-6 5G. O Sub-6 não fornece as velocidades multi-Gigabit que as operadoras se referem nos seus materiais de marketing sempre que falam de 5G, mas isso não é provável que faça os clientes mudarem de ideias – especialmente tendo em conta que o iPhone SE está a ser lançado a 529 dólares.

No entanto poderá haver quem mude de ideias, pois se em Portugal por exemplo este novo iPhone SE 5G custa 529 euros, também é verdade que um iPhone 11 bem mais atualizado e melhor custa 609 euros. Logo poderá haver quem opte por um iPhone 11 em vez de optar pelo iPhone SE 5G.

A estratégia da Apple de reutilizar designs e especificações antigas, mas colocar o seu mais recente chipset topo de gama, funcionou em seu proveito com o iPhone SE 2020, e isso deve ser o caso também do modelo de 2022. No contexto dos telemóveis Android, não há realmente nada na categoria de gama média que se aproxime do A15 Bionic do iPhone SE 5G, e enquanto o restante hardware é de 2018, o iPhone SE compensa claramente no ponto fundamental, o SoC.

A Apple não fez muitas alterações com o iPhone SE 5G porque não precisava; o iPhone SE foi um dos dez telefones mais vendidos de 2021, e ao oferecer conectividade 5G com o modelo deste ano, a Apple está a oferecer o caminho ideal para upgrade para utilizadores de iPhone mais antigos.

Enquanto os melhores telefones Android desta categoria têm melhores designs, ecrãs AMOLED vibrantes, melhores câmaras e baterias enormes com carregamento rápido, eles não têm a familiaridade que os utilizadores obtém com um iPhone.

A única constante com o Android é a mudança, e isso é evidente quando olhamos para os últimos cinco anos de designs; temos vários entalhes, em forma de gota de água, câmaras retráteis, e agora o corte de furo no ecrã.

O software evoluiu da mesma forma com o hardware — o Android 12 parece fundamentalmente diferente do Android 7.0 Nougat. O iOS, entretanto, não mudou muito. A Apple introduziu funcionalidades focadas na privacidade, limpou a UI e adicionou widgets, mas o básico ainda é o mesmo de há cinco anos.