Intel e a AMD suspenderam entregas de microprocessadores à Rússia

Os retalhistas russos confirmaram que a Intel e a AMD já suspenderam as entregas de microprocessadores ao país. Isto vem depois de o governo dos EUA ter imposto novas sanções à Rússia no início desta semana. Embora não seja claro quanto tempo durará a proibição, esta poderá causar sérios problemas às empresas e consumidores russos.

Os retalhistas russos confirmaram que a Intel e a AMD já suspenderam as entregas de microprocessadores ao país. Isto vem depois de o governo dos EUA ter imposto novas sanções à Rússia no início desta semana. Embora não seja claro quanto tempo durará a proibição, esta poderá causar sérios problemas às empresas e consumidores russos.

Segundo os meios de comunicação locais, a Intel e a AMD suspenderam as entregas dos seus produtos à Rússia, em conformidade com as sanções decididas pela administração Biden. De momento não é claro quais são os produtos envolvidos, embora seja provável que os chips para servidores se encontrem entre eles.

Intel e a AMD suspenderam entregas de microprocessadores à Rússia 1

 

A Intel e a AMD informaram verbalmente os seus parceiros russos de que irão aderir às sanções impostas pelos EUA contra a Rússia e, por conseguinte, deixarão de fornecer microprocessadores. Isto foi noticiado pela RBC, um meio de comunicação local russo, com base nas informações de duas fontes no sector das TI e de um representante da ARPE, a associação russa de criadores e produtores de electrónica.

As sanções sobre tecnologia e exportações entrarão em vigor a 3 de Março, embora a RBC informe que tanto a Intel como a AMD já teriam interrompido as entregas, criando pelo menos um problema temporário para os parceiros e para a economia russa. Além disso, ainda segundo a RBC, o escritório chinês da Intel teria informado os parceiros locais sobre a proibição de fornecimento de processadores à Rússia.

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Um porta-voz da Intel na Rússia respondeu à RBC explicando que “a empresa está a acompanhar de perto a situação para assegurar o cumprimento das sanções aplicáveis e dos regulamentos de controlo das exportações, incluindo novas sanções impostas pela OFAC e regras emitidas pelo BIS”. Os dois acrónimos significam Office of Foreign Assets Control (do Departamento do Tesouro dos EUA) e Bureau of Industry and Security (Departamento do Comércio dos EUA), respectivamente.

Contudo, não se espera que o bloqueio das entregas de chips à Rússia afete a esfera do consumo, ou seja, os PCs tradicionais e outros dispositivos, uma vez que as sanções se aplicam apenas à utilização de chips por empresas privadas, entidades governamentais (aparelhos militares em primeiro lugar), ou aquelas expressamente sancionadas pelo governo dos EUA “incluindo o presidente, primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro, ministros federais, deputados da Duma e membros do Conselho da Federação, editores-chefes e editores-chefes adjuntos dos meios de comunicação estatais”.

O objetivo das sanções é evitar que a Rússia mantenha atualizada e operacional a sua infraestrutura tecnológica na qual o Estado e o aparelho militar dependem. Por este motivo, é plausível que o bloqueio diga respeito principalmente a chips destinados a servidores e possíveis soluções especializadas.

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Por conseguinte, a Rússia tem vindo a empreender um programa de desenvolvimento de microprocessadores próprio para se afastar das tecnologias ocidentais há já vários anos. Por exemplo, o Centro de Moscovo da SPARC Technologies (MCST) tem desenvolvido várias soluções chamadas Elbrus para várias indústrias, mas de acordo com vários relatórios o desempenho ainda está longe do da Intel e das CPUs da AMD.

Os chips da Elbrus são produzidos pela TSMC e isto também pode ser um problema para a Rússia porque a empresa taiwanesa anunciou que irá aderir ao quadro internacional de sanções. Neste momento, a TSMC não notificou as autoridades russas sobre o congelamento da produção.

Para a Rússia, uma solução possível para esta situação poderia ser recorrer à sua aliada China, a fim de contornar de alguma forma as restrições, talvez através de canais que não sejam exactamente legais. No entanto, mais uma vez segundo a RBC, passar por canais secundários significaria que as empresas russas pagariam pelo menos 30% mais por componentes tecnológicos.

Neste momento, a NVIDIA ainda não comentou as sanções, mas é provável que o fabricante da GPU também siga as decisões do governo de Biden.

A não esquecer neste contexto são as palavras da Associação da Indústria de Semicondutores (SIA) nos últimos dias. “A Rússia não é um consumidor significativo de semicondutores, representando menos de 0,1% das compras globais de chips de acordo com as Estatísticas Mundiais do Comércio de Semicondutores (WSTS). O mercado russo alargado das TIC totalizou apenas cerca de 50,3 mil milhões de dólares de um mercado global de 4,47 biliões de dólares, de acordo com os dados da IDC de 2021”.

O mercado russo de microprocessadores pode enfrentar uma escassez crítica. Isto terá provavelmente graves consequências para o desenvolvimento da indústria informática russa e poderá mesmo levar a um aumento dos preços dos computadores e outros dispositivos electrónicos. Leia tudo sobre as últimas novidades tecnológicas no AndroidGeek!

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