A Google acaba de dar um passo importante (e ousado) no universo dos chips para smartphones. Depois de anos a confiar na Samsung como fabricante principal dos seus chipsets Tensor, a gigante de Mountain View decidiu mudar de estratégia e selou um acordo de longo prazo com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), uma das maiores e mais respeitadas fundições de semicondutores do mundo.
Esta parceria marca um ponto de viragem para os produtos Pixel e poderá ter implicações significativas para o futuro da marca, sobretudo em termos de desempenho, eficiência energética e competitividade no mercado. Vamos explorar ao detalhe o que esta mudança significa.
Neste artigo vão encontrar:
Fim da era Samsung para os chips Tensor
Até agora, a Google trabalhava lado a lado com a Samsung para fabricar os seus chipsets Tensor, que alimentam smartphones Pixel e tablets Pixel Tablet. Contudo, os desafios enfrentados pela Samsung, nomeadamente no processo de fabrico em 3nm GAA (Gate-All-Around), começaram a levantar dúvidas sobre a viabilidade a longo prazo desta colaboração.
Problemas como atrasos na produção, custos elevados e um rendimento (yield) abaixo do esperado levaram a Google a procurar alternativas. Resultado? O Tensor G4, previsto para alimentar os Pixel 9, deverá ser o último chipset fabricado pela Samsung para a Google.
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Porque é que a TSMC é a escolha natural
A TSMC não precisa de grandes apresentações. Esta fundição taiwanesa é responsável pela produção de chips para marcas como Apple, Qualcomm e MediaTek. A sua reputação assenta numa combinação poderosa de tecnologia de ponta, processos maduros e um histórico sólido de entregas confiáveis.
Ao escolher a TSMC para fabricar o Tensor G5, que chegará com os Pixel 10 no final de 2025, a Google dá um sinal claro de que quer jogar na liga dos grandes, oferecendo aos utilizadores desempenho superior e eficiência energética, elementos cruciais num mercado cada vez mais competitivo.
Um acordo de longo prazo que pode mudar tudo
Fontes confirmam que executivos da Google viajaram até Taiwan no final de maio para negociar diretamente com os responsáveis da TSMC. O resultado foi um acordo de cinco anos, garantindo à Google acesso preferencial à capacidade de produção da fundição para os próximos lançamentos de hardware.
Isto não só oferece previsibilidade e estabilidade para os próximos Tensor, mas também abre portas para que a Google explore designs mais ambiciosos e complexos, sabendo que tem um parceiro sólido do outro lado.
O impacto esperado nos Pixel (e não só)
O Tensor G5 vai estrear na série Pixel 10, prevista para o quarto trimestre de 2025. Esta mudança poderá transformar profundamente a linha Pixel nos próximos dois a três anos. Com chips mais potentes e eficientes, podemos esperar melhorias em áreas como:
- Fotografia computacional ainda mais avançada
- Melhor desempenho em inteligência artificial e machine learning
- Autonomia superior e gestão térmica mais eficiente
- Jogos e aplicações pesadas a correr de forma mais fluida
Além disso, esta mudança pode não ficar restrita apenas aos smartphones. Tablets, wearables e até futuros produtos de realidade aumentada (AR) ou mista (XR) da Google poderão beneficiar desta nova aliança.
Conclusão: um passo necessário e estratégico
Na minha perspetiva, esta mudança era inevitável. A Samsung é um gigante da tecnologia, mas a TSMC tornou-se sinónimo de excelência em semicondutores. Num momento em que os smartphones premium se distinguem cada vez mais pelo desempenho e eficiência dos seus chips, a Google não podia ficar para trás.
A TSMC oferece à Google aquilo que a marca precisa para dar o salto de qualidade nos próximos anos. É verdade que a mudança de fornecedor traz sempre desafios (novas cadeias logísticas, novos processos, mais testes), mas os potenciais benefícios superam largamente os riscos.
Se a Google quer competir com Apple, Samsung e outras marcas no topo do mercado premium, ter hardware de primeira linha é indispensável — e isso começa, sem dúvida, pelos chips.
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