Estarão os millennials a afastar-se do trabalho remoto?

Estes jovens não só esperam que os seus locais de trabalho adotem as últimas novidades tecnológicas, como também estão na vanguarda das exigências por mais flexibilidade no escritório. Tendo em conta esta situação, é importante refletir nas últimas preferências de trabalho de colaboradores em escritórios, que indicam que o trabalho remoto parece menos interessante para os membros mais jovens das equipas.

Muito já foi feito em relação aos hábitos de trabalho dos nativos digitais. A entrada no mundo de trabalho de jovens profissionais, que cresceram a utilizar a internet, dispositivos móveis, redes sociais e outras tecnologias modernas, afeta muito o funcionamento das empresas. Estes jovens não só esperam que os seus locais de trabalho adotem as últimas novidades tecnológicas, como também estão na vanguarda das exigências por mais flexibilidade no escritório. Tendo em conta esta situação, é importante refletir nas últimas preferências de trabalho de colaboradores em escritórios, que indicam que o trabalho remoto parece menos interessante para os membros mais jovens das equipas. Apenas 1 em cada 10 indivíduos entre os 18 e os 34 anos disseram preferir trabalhar remotamente, em comparação com quase o dobro dos indivíduos entre os 45 e os 54 anos de idade1. Isto levanta a questão: estarão os millennials a afastar-se do trabalho remoto? Se sim, porquê?

Estarão os millennials a afastar-se do trabalho remoto? 1

Um motivo pelo qual o escritório parece mais atrativo para as gerações mais jovens poderá ser a tendência destas gerações em serem mais sociáveis e cooperantes nas suas práticas de trabalho, tendo crescido com tecnologia e aplicações sociais que permitem estes comportamentos. Um estudo de longa data do LinkedIn concluiu que os millennials afirmam, na sua maioria, que fazer amizades no local de trabalho tem um impacto significativo no aumento da sua felicidade (57%), motivação (50%) e produtividade (39%) – em comparação com uma percentagem bastante menor na Geração X.

Outra razão poderá ser o facto de a tecnologia de home office ainda estar bastante aquém da perceção dos jovens sobre o que deve ser uma tecnologia de escritório de qualidade. As melhorias significativas que se têm vindo a verificar na tecnologia mobile e na velocidade da internet, nas últimas décadas, fizeram disparar as expectativas dos millennials em relação à rapidez e agilidade dos seus próprios equipamentos. A exigência de instantaneidade, bem como a necessidade de certas funções – como a digitalização e a impressão – serem simples e eficazes, significa que a tecnologia de “home office” tem que corresponder cada vez mais àquela a que os colaboradores estão habituados a ter nos seus escritórios.

As mudanças nas prioridades e hábitos dos colaboradores já levaram a mudanças nos locais de trabalho. Os escritórios mais visionários já têm menos mesas e mais espaços abertos e flexíveis, uma melhor qualidade de luz e ar, e uma localização central, rodeada de regalias. A tecnologia já contribuiu para estes avanços, através, por exemplo, da utilização de arquivos digitais e da cloud, eliminando a necessidade de ficheiros em papel e o espaço que estes ocupam. O controlo ambiental tornou-se mais simples e intuitivo, capaz de reagir tanto a dados da atmosfera, como a contribuições humanas. Se estas simples mudanças conseguem afetar, hoje em dia, a organização de um local de trabalho, é fácil assumir que a tecnologia dos escritórios do futuro poderá continuar a atrair os millennials para trabalharem fora de casa – se os seus locais de trabalho continuarem a corresponder às elevadas expectativas da tecnologia.

Apesar da aparente relutância atual, 38% dos millennials acredita que ter a possibilidade de trabalhar remotamente teria um impacto extremamente positivo. Tanto estes como a Geração X concordam que é importante que a sua empresa analise a possibilidade do trabalho remoto, com 79% dos millennials e 73% da Geração X a expressar este ponto de vista. É inegável que o futuro aponta claramente para um trabalho flexível e remoto, o problema é, simplesmente, que este exige uma tecnologia que o possa suportar. O local não deve ser uma barreira à eficácia com que o trabalho pode ser realizado.

A tecnologia de home office deve começar a tentar corresponder – e porque não superar? – às exigências da próxima geração. Aspetos como a conetividade, a velocidade e o desempenho vão continuar a ser fundamentais, bem como recursos mais específicos, de que são exemplo a acessibilidade, a economia e o tamanho – particularmente para uma situação de home office. Sem o suporte imediato de departamentos de IT para colaboradores remotos, uma tecnologia de nível profissional em casa deve, também, oferecer uma produção simplificada e eficiente. Uma das necessidades será a concentração, num único equipamento, de funções como a capacidade de imprimir, copiar, digitalizar e enviar faxes, e também a facilidade das ligações à internet, ethernet e Bluetooth, por exemplo. E outra das expectativas básicas será uma tecnologia inteligente, que consiga lidar facilmente com a infinidade de tipos de ficheiros que os trabalhadores utilizam, desde PDFs a JPEGs, passando por documentos armazenados na Cloud.

É cada vez mais claro que a tecnologia tem de se desenvolver, de forma a poder corresponder às exigências das novas práticas de trabalho. Mas, com cada geração que entra no mundo de trabalho, as expectativas serão mais altas, e a tecnologia ao nível do consumidor evolui a uma velocidade que ultrapassa a capacidade de atualização das empresas. No entanto, já lá vão os dias em que uma atualização da tecnologia significava meses de instalação trabalhosa. As novas tecnologias, como soluções cloud e “as-a-service”, permitem que as empresas se mantenham ágeis. Ainda que ninguém possa prever o futuro, o investimento em tecnologia responsiva pode significar que as empresas não só serão capazes de enfrentar as novas tendências, como poderão, até, estar um passo à sua frente.

O estudo Vanson Bourne foi encomendado pela Canon Europa e incidiu especificamente nos hábitos e preferências de trabalho de 2.500 trabalhadores em escritórios no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Polónia.

A principal conclusão traduz-se, especificamente, numa separação clara entre a ‘Geração X’ (idade superior a 45 anos) e os ‘millennials’ (idades entre os 18 e os 24 anos). Enquanto 41% dos millennials disseram preferir trabalhar num escritório em ‘open space’, este valor apenas atingiu os 25% na Geração X.

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