Amazon testa recurso que permite compras diretas em sites de marcas através da app, ampliando a experiência de compra além do seu próprio e-commerce.
Se pensava que a Amazon estava satisfeita em ser a cara do comércio eletrónico, pense novamente. Agora, a gigante das compras online decidiu que está na hora de começar a usar “chapéus” de outras empresas. Sim, leu bem. A Amazon está atualmente a testar uma funcionalidade na sua aplicação que mostrará produtos que, pasme-se, não são vendidos pela própria Amazon. Ao clicar neles, será gentilmente convidado a sair da app e a comprar diretamente da marca em questão.
Segundo a própria Amazon, esta nova experiência de compras está em fase beta, onde produtos selecionados aparecerão nos resultados de pesquisa, mesmo que não estejam à venda na loja do gigante. Uma animada demonstração em gif sugere que estes produtos estarão agrupados sob um banner “Compre diretamente nos sites das marcas”. Ao clicar, um alerta avisará que está a deixar a Amazon; continuar levará o utilizador diretamente ao site da marca para finalizar a compra. É como se o McDonald’s começasse a sugerir que experimentasse o hambúrguer da concorrência logo ao lado.
Mesmo ao visitar o site de outra marca, os membros do Amazon Prime poderão ainda usufruir dos seus benefícios de entrega e devolução, desde que a loja faça parte do programa Buy with Prime. Resta saber por quanto tempo essa generosidade vai durar.
A questão que nos assombra é: porque razão a Amazon está a direcionar pessoas para comprar à sua concorrência? Será que recebe alguma comissão por isso? A minha aposta é que esta é uma tentativa de competir com o Google Shopping. Atualmente, o Google oferece aos utilizadores dezenas de links de compra através de várias lojas, com diferentes ofertas e, por vezes, até com avaliações, tudo por digitar o nome de um produto no motor de busca. Compradores espertos podem usar o Google para evitar a Amazon completamente, enquanto obtêm uma melhor ideia das suas opções de compra.
Apresentando links para lojas alternativas, a Amazon pode evoluir de um gigante do e-commerce para um motor de busca de compras geral. Teoricamente, isso incentivará os compradores a permanecer no ecossistema da Amazon, ou pelo menos a interagir com ele em algum ponto da sua jornada de compras. Pense nisso como comer num McDonald’s num parque temático—os donos do parque podem ter que dividir alguma receita, mas conseguem mantê-lo no local em vez de o verem sair para almoçar noutro lado.
A mudança é, sem dúvida, suscetível de confundir alguns utilizadores sobre onde exatamente estão a comprar os seus itens. Atualmente, parece que a Amazon está a lançar esta funcionalidade de forma algo arbitrária, pois não parece haver uma maneira de se inscrever para ela ou livrar-se dela se a tiver. Em vez disso, a empresa observa que está “atualmente ativa para um subconjunto de clientes nos EUA na aplicação Amazon Shopping em iOS e Android”, com mais utilizadores nos EUA a serem adicionados em breve. Se preferir evitar a atualização, parece estar atualmente limitada às aplicações móveis da Amazon, por isso pode continuar a fazer compras no seu navegador sem a encontrar.
Então, o que devemos pensar desta nova jogada da Amazon? Estaria a gigante do e-commerce a perder o foco ou a preparar-se para dominar ainda mais o mundo das compras online? Uma coisa é certa, o mundo da tecnologia nunca deixa de nos surpreender e desafiar as nossas suposições. Para mais aventuras no universo tecnológico e para se manter à frente das novidades, acompanhe tudo no AndroidGeek, a sua fonte para tudo o que envolve tecnologia. Afinal, quem quer perder a próxima grande reviravolta?
Fundador do Androidgeek.pt. Trabalho em TI há dez anos. Apaixonado por tecnologia, Publicidade, Marketing Digital, posicionamento estratégico, e claro Android <3
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