IA baseada em vítima de assassinato gera indignação familiar; bot foi removido, destacando falhas na proteção de privacidade e ética em plataformas de IA.
A Tragédia Transformada em IA: Quando a Tecnologia Ultrapassa os Limites do Respeito
Em mais um capítulo da saga “Até onde a tecnologia pode ir sem que percamos a noção?”, temos a história de Jennifer Crecente, uma jovem cujo nome e imagem foram utilizados para criar um bot de inteligência artificial. O que poderia ser simplesmente uma inovação tecnológica tornou-se um escândalo de proporções dignas de uma novela mexicana, mas com um toque de Black Mirror.
Neste artigo vão encontrar:
Para quem não está familiarizado, Jennifer Crecente foi brutalmente assassinada em 2006. Não satisfeitos com o simples ato de existir, alguns utilizadores da plataforma Character.AI decidiram que seria uma excelente ideia criar um bot baseado nesta jovem. Afinal, quem não gostaria de conversar com uma inteligência artificial que tem as feições e o nome de uma vítima de homicídio? Aparentemente, 69 pessoas estavam curiosas para saber.
Se pensarmos que a tecnologia está aqui para facilitar a nossa vida, talvez este incidente nos faça repensar. A família de Jennifer foi apanhada de surpresa quando o pai dela, Drew Crecente, recebeu uma notificação do Google sobre o bot. É sempre reconfortante saber que a privacidade e o respeito pelos falecidos são prioridades na era moderna, não é?
A revolta não se fez esperar. Brian Crecente, tio da vítima e jornalista respeitado, usou a plataforma X para expressar o seu desagrado, chamando o acto de “nojento”.
This is fucking disgusting: @character_ai is using my murdered niece as the face of a video game AI without her dad's permission. He is very upset right now. I can't imagine what he's going through.
Please help us stop this sort of terrible practice. https://t.co/y3gvAYyHVY
— Brian Crecente (@crecenteb) October 2, 2024
A publicação foi um grito de socorro para que tais práticas fossem banidas. A Character.AI, por sua vez, agiu com a rapidez de um caracol, removendo o bot e agradecendo a denúncia. Só faltou dizer: “Oops, o nosso erro”.
“Por que as empresas multimilionárias não se preocupam em criar princípios éticos e barreiras funcionais para evitar que isso aconteça? O dano já está feito…”
Este episódio levanta uma questão pertinente: onde estão as barreiras éticas quando falamos de inteligência artificial? No frenesim de criar o próximo grande avanço, será que estamos nos esquecendo do básico, como o respeito pela dignidade humana? A história de Jennifer é um lembrete sombrio da necessidade de regulamentação e de uma consciência ética mais robusta nas inovações tecnológicas.
O caso de Jennifer Crecente é um exemplo de como a tecnologia pode ser tanto uma benção quanto uma maldição. A inteligência artificial tem o potencial de transformar vidas, mas, sem um quadro ético sólido, pode facilmente ultrapassar os limites do bom senso. Para aqueles que se interessam pelo futuro da tecnologia e querem estar na linha da frente da inovação responsável, o AndroidGeek é a sua fonte para tudo o que envolve tecnologia. Afinal, estar bem informado é o primeiro passo para evitar que a ficção científica se torne uma realidade indesejável.
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Fundador do Androidgeek.pt. Trabalho em TI há dez anos. Apaixonado por tecnologia, Publicidade, Marketing Digital, posicionamento estratégico, e claro Android <3
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