BdP Cria Ferramenta de SupTech Com Inteligência Artificial

Isto porque o regulador está a trabalhar num projeto que visa à análise automática de minutas de contratos de crédito através de inteligência artificial.

No seu mais recente relatório, o Banco Mundial destacou o trabalho feito pelo Banco de Portugal na área da SupTech. Isto porque o regulador está a trabalhar num projeto que visa à análise automática de minutas de contratos de crédito através de inteligência artificial.

 Os mais recentes avanços tecnológicos têm-se feito sentir em várias áreas do nosso quotidiano, desde a forma como fazemos as nossas compras, a como interagimos uns com os outros ou até a como passamos o nosso tempo livre. Agora, a tecnologia financeira (ou, em inglês “FinTech”), mais propriamente a inteligência artificial, está a ocupar mais espaço no sector bancário. Prova disso pode ser visto no crescimento de empresas de FinTech em Portugal e em como já se consegue aceder aos dados bancários através de aplicações móveis ou serviços de homebanking.

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Recentemente, o Banco Mundial destacou o trabalho do Banco de Portugal (BdP) nesta área no seu relatório “The Next Wave of Suptech Innovation: Suptech Solutions for Market Conduct Supervision”. O relatório anual foi feito com o intuito de estudar a mudança do armazenamento de dados físicos para virtuais dos supervisores no sector financeiro, assim como para analisar como a tecnologia pode ser utilizada para estar a par da conduta das instituições financeiras e bancos. Mesmo que estes conceitos não sejam novos, a aplicação específica destes componentes tem vindo a ser melhorada no que diz respeito à segurança dos clientes na área financeira.

Entre os exemplos citados no relatório, surge o caso do BdP já que o regulador está a desenvolver uma  ferramenta de análise automática de minutas de contratos de crédito. Ou seja, vai passar a ser utilizada uma tecnologia automática para reconhecer irregularidades aplicadas em contratos de crédito com base em inteligência artificial. Isto não só oferece uma supervisão mais eficaz como também permite que os recursos humanos sejam alocados a tarefas de maior valor. Assim, o Supervisory Technology (ou “SupTech”) foca-se então na “acelerada inovação no sector financeiro”, de acordo com o relatório.

“O Banco de Portugal pretende que esta solução de SupTech, cuja implementação é exigente do ponto de vista tecnológico, permita avaliar automaticamente o cumprimento de alguns requisitos legais e regulamentares que as instituições supervisionadas devem observar nas minutas dos contratos de crédito que venham a celebrar com os clientes bancários”, explica o supervisor bancário em comunicado.

Para além desta plataforma, o BdP apresenta mais 17 iniciativas de SupTech que estão a ser implementadas pelos supervisores. Segundo o comunicado do BdP, entre os projetos, encontram-se:

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  • Uma interface de acesso para a submissão automática de informação;
  • A análise de informação não estruturada de reclamações;
  • A monitorização das redes sociais e da dark web;
  • A análise documental para a comparação entre instituições.

Efeitos da Pandemia na SupTech

Não é novidade que a pandemia da Covid-19 veio intensificar a necessidade da migração da informação e comércio para o digital. Por exemplo, só o e-commerce cresceu mais de 57% em Portugal em 2020. E isso também foi sentido na área da supervisão financeira. O relatório “salienta também que a pandemia de COVID-19 veio evidenciar a necessidade e o contributo da SupTech para as instituições financeiras”, diz o comunicado.

Esta temática torna-se ainda mais importante quando existe um aumento na crise financeira das famílias portuguesas que se veem a precisar de financiamentos para contornar a situação. Com essa procura por créditos, chega também uma maior oferta de soluções que nem sempre são legais nem regulamentadas. Por isso, o BdP fez um alerta relativo a falsas promessas de crédito fácil.

Segundo a autoridade reguladora, “os contactos com os clientes são estabelecidos, normalmente, através da publicitação, nomeadamente, no Facebook, de ofertas de concessão de crédito a pessoas que necessitam com urgência de “liquidez”. Após comunicar os termos do empréstimo, tais como o valor, os juros e o montante das prestações mensais – os quais são dados a conhecer em forma de texto ou através de supostos contratos, na sua maioria, falsificados –, estas entidades solicitam o adiantamento de uma verba para que o montante do empréstimo seja supostamente disponibilizado”. Esse montante nunca chega a ser devolvido nem é disponibilizado o dinheiro solicitado.

Nesse alerta, é salientado como algumas propostas de empréstimos que são encontradas nas redes sociais não estão associadas a nenhuma instituição supervisionada pelo BdP. É ainda aconselhado que, caso seja preciso pedir um crédito rápido, só se deve seguir com o processo caso o banco ou intermediário de crédito sejam vinculados e autorizados pelo BdP. É possível seguir com essa verificação através do número do registo da entidade ou da lista providenciada pelo regulador.

 

 

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