Análise Sony Xperia XZ3 forte em Multimédia

A Sony é uma verdadeira lenda do universo tecnológico e do mundo mobile em particular. Por isso será sempre um nome a ter em conta quando lança um aparelho topo de gama. A marca vive um período menos bom no que diz respeito ao sucesso dos seus smartphones mas propõe-se inverter essa tendência com o Xperia XZ3.

A Sony é uma verdadeira lenda do universo tecnológico e do mundo mobile em particular. Por isso será sempre um nome a ter em conta quando lança um aparelho topo de gama. A marca vive um período menos bom no que diz respeito ao sucesso dos seus smartphones mas propõe-se inverter essa tendência com o Xperia XZ3. Este é um aparelho que claramente ultrapassa dos seus antecessores, XZ1 e XZ2 mas será suficiente para enfrentar a concorrência de outros “tubarões” como a Samsung ou a Huawei?

 

Design

Sony Xperia XZ3

Do ponto de vista de design qualquer semelhança entre a face frontal do Xperia XZ3 e o Samsung Galaxy S8 e S9 é pura ficção, ou…talvez não. Esta comparação vem a propósito de o aparelho da Sony vir equipado com um painel OLED curvo, bem ao estilo do que rival sul-coreana tem produzido nos últimos anos. No fundo não é um ponto fraco, muito pelo contrário, confere um estilo mais moderno e premium ao aparelho e marca o adeus definitivo da Sony às arestas “afiadas” e ângulos rectos do seu icónico design OmniBalance.

O Xperia XZ3 é construído maioritariamente de vidro e metal com painéis Gorilla Glass 5 à frente e atrás, unidos por uma moldura de alumínio. Além dos materiais de construção, herdou também outras características positivas do seu antecessor, o XZ2, como a certificação IP68 (resistência ao pó e à água), ratio 18:9, colunas frontais e ausência de entalhe ou notch. Ao pegar no Xperia XZ3 pela primeira vez fiquei com a sensação de que é um telemóvel robusto, bem construído e até ergonómico, mesmo com dimensões de 158 x 73 x 9.9 mm, devido à curvatura da traseira. No entanto é importante referir que as margens (ou bezels) por cima e por baixo do ecrã são demasiado grandes e fazem do XZ3 um smartphone comprido quando comparado com a concorrência.

A traseira do XZ3 acaba por ser bastante susceptível a dedadas e riscos mas ao mesmo tempo confere-lhe um aspecto elegante e diferenciador. As cores disponíveis são Preto, White Silver, Vermelho Bordeaux e Verde Floresta, sendo esta última a versão que tivemos em mãos. É uma pena que se tenha que usar uma capa para proteger a traseira deslumbrante deste smartphone. E é precisamente nesta zona que reside o principal problema no seu design: o sensor de impressões digitais está colocado mesmo no meio da parte de trás e câmara está colocada onde o sensor de ID deveria estar. Nos primeiros dias de utilização, recorrentemente dei por mim a encostar o dedo à lente da câmara e esperar que o telemóvel desbloqueasse. Para conseguir usar correctamente o sensor biométrico, é necessário fletir o dedo ou segurar o aparelho mais abaixo e isso torna-se um pouco estranho.

Todos os botões do Xperia XZ3 estão colocados do lado direito. As teclas de volume em cima, o botão de power no meio e um botão dedicado à câmara em baixo. O lado esquerdo está completamente limpo. Em cima encontra-se o tabuleiro para cartões SIM que pode ser removido sem recorrer ao típico pin. Como já vem sendo habitual nos topo de gama de hoje, o orifício para phones 3,5mm foi omitido e é substituído pela entrada USB tipo-C (o adaptador para jack 3,5mm está incluído na caixa) que se encontra na parte debaixo do telefone. Um grande bónus com que a Sony nos brindou foi a inclusão de colunas stereo integradas na parte de baixo e de cima da moldura, que produzem um volume considerável.

 

Ecrã

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O Xperia XZ3 vem equipado com um ecrã OLED de 6” e resolução QHD+ (1440 x 2880). Foi no ecrã que a Sony mostrou verdadeiros progressos em relação a flagships anteriores passando de LCDs com críticas medíocres para um OLED de excelente qualidade. Esta mudança de tecnologia revelou-se fundamental para a qualidade final deste painel, que apresenta pretos profundos, cores vivas e ângulos de visão acima da média. A resolução QHD+ traduz-se em 537 pixels por polegada, que fornecem um nível de detalhe excelente, detalhe esse que se consegue ver até sob a luz solar pois o brilho do ecrã do Xperia XZ3 é bastante intenso.

Para conseguir tamanha qualidade, a Sony combinou vários trunfos de software como o suporte para HDR, a adaptação do motor X-Reality Pro (originário da sua linha Bravia de Tvs) para telemóveis e Dynamic Contrast Enhancer.  O resultado é um ecrã absolutamente deslumbrante que proporciona uma experiência multimédia fantástica até nas tarefas do dia-a-dia, mas principalmente em aplicações como o Youtube ou Netflix que são compatíveis com HDR e resolução 4k. O Xperia XZ3 ainda vai mais longe com a opção de apresentar conteúdo até 1440p em HDR e a 60fps, algo que nem o Galaxy Note 9 consegue. É ainda possível escolher entre vários modos de cor e melhoramentos de vídeo que aumentam o contraste e a saturação no Youtube e Netflix.

Como já referimos, a Sony optou por não incluir um notch no ecrã deste topo de gama, afastando-se assim das linhas da Apple e da Huawei e enveredando por caminhos muito próximos dos da Samsung, com um ecrã OLED curvo. Com ou sem notch, ecrã curvo ou recto, acaba por se resumir a preferência pessoal. Eu, particularmente, prefiro a abordagem da Samsung (e agora da Sony também) e por isso considero que o display do Xperia XZ3 é um dos melhores que já tive o prazer de usar.

 

Hardware e Performance

Especificações Técnicas

ProcessadorQualcomm SDM845 Snapdragon 845 (10 nm)
Sistema OperativoAndroid 9.0 (Pie)
Ecrã6” P-OLED 1440 x 2880 pixels, ratio 18:9(~537 ppp)
Armazenamento64 GB, expansível até 512 GB via micro-SD
Memória RAM4 GB
Câmara traseira19 MP, f/2.0, 25mm, PDAF, laser AF, flash LED
Câmara frontal13 MP, f/1.9, 23mm
Bateria3300 mAh, não removível, Quick Charge 3.0, carregamento sem fios
Dimensões158 x 73 x 9.9 mm
Peso193 g
RedesGSM / HSPA / LTE
ConectividadeWi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, hotspot

Bluetooth v5.0

A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO

NFC

microUSB v3.1, Tipo-C

 

Em relação a especificações, o Sony Xperia XZ3 conta com componentes de topo e por isso preenche todos os requisitos de um flagship de hoje em dia. O processador é o Qualcomm Snapdragon 845, o mesmo que encontramos em aparelhos como o Oneplus 6/6T, Galaxy S9 e LG G7 por exemplo. Escusado será dizer que a sua performance é irrepreensível. Do ponto de vista de hardware talvez os 4GB de RAM se possam considerar curtos pelos padrões actuais, visto que muitos smartphones de topo já vêm com 6GB mas na realidade não é algo que tenha impacto real na utilização diária da maioria dos utilizadores.

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Este conjunto de especificações permite ao Xperia XZ3 lidar com qualquer tipo de aplicações da PlayStore e, durante a minha utilização quotidiana à base de redes sociais, chats, fotografia, bastante consumo multimédia e jogos 3D não tive qualquer problema de performance, excepção feita a  alguns soluços na aplicação da câmara que se revelou um pouco lenta a reagir.

Para complementar o pacote, o XZ3 vem com  64GB de armazenamento interno, expansível via microSD até 512GB. O sensor de impressões digitais, apesar da localização infeliz é rápido e preciso. Se este defeito da colocação do sensor ID vos fizer muita diferença, poderão optar pelo desbloqueio via reconhecimento facial que funciona igualmente bem.

 

Software e Interface

O Xperia XZ3 vem com Android 9 Pie de fábrica, a versão mais recente do sistema operativo da Google para smartphones. Tendo em conta que a fabricante japonesa é conhecida pela actualização frequente e rápida dos seus topos de gama, quem comprar este XZ3 não deverá ter grandes problemas no futuro, no que diz respeito a software e segurança.

Em geral, a interpretação do Android por parte da Sony é bastante próxima do Android Puro, no entanto há algumas funções em falta como a navegação por gestos que encontramos nos aparelhos Pixel 2, Oneplus 6/6T, Huawei e Xiaomi que já rodam Android 9. No lugar deste tipo de navegação a Sony implementou uma solução chamada Side Sense que permite aceder a atalhos na borda (direita ou esquerda) do ecrã. Para activar esta função basta tocar duas vezes na margem do ecrã e um meu com as aplicações de uso frequente aparece. Depois há ainda a possibilidade de emular o botão voltar deslizando com o dedo pela margem lateral do aparelho, sobre o ecrã. 

Teoricamente o Side Sense faz sentido, aproveitando a posição natural do polegar quando seguramos o aparelho mas na prática os resultados são frustrantes. Inúmeras vezes activamos o Side Sense sem querer e por vezes quando o queremos realmente usar, ele não activa. Solução? Desactivar por completo esta função e usar a “velha” barra de navegação virtual.

Neste Xperia XZ3, a Sony incluiu uma funcionalidade chamada Dynamic Vibration System que considero muito interessante e divertida. Basicamente sincroniza a vibração do telemóvel com o áudio que está a correr. Assim quando há picos no áudio o smartphone vibra (com intensidade regulável) transformando, por exemplo, um filme de terror numa experiência diferente do ponto de vista da percepção.

Outra característica que me agradou bastante foi a inclusão do modo de visualização ambiente que mostra as notificações e as horas com o ecrã apagado. Este modo pode ser usado de forma permanente, quando pegamos no smartphone ou quando clicamos duas vezes no ecrã. Mesmo no modo permanente, o consumo de bateria é mínimo devido a tecnologia OLED do ecrã que permite acender apenas os pixels necessários para apresentar as notificações. Honestamente este é um dos principais motivos pelo qual prefiro ecrãs OLED.

Infelizmente, nem tudo são rosas em relação ao software pois a Sony continua a ser um dos fabricantes de topo que mais bloatware inclui nos seus aparelhos. Aplicações como Booking.com, Facebook, Netflix, Amazon e ainda um conjunto de apps da autoria da própria fabricante vêm pré-instaladas no Xperia  XZ3. Enquanto algumas podem ser realmente úteis, outras apenas servem para ocupar memória, como o Sony Lounge cujo único propósito parece ser publicitar conteúdo da Sony.

 

Câmara

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Vamos directos ao assunto: a câmara do Xperia XZ3 é boa mas não é excelente. O smartphone vem equipado com um sensor de 19MP e abertura f/2.0 na traseira, o mesmo que encontramos no XZ1 mas com resultados bem melhores. Enquanto o modelo anterior, o XZ2, trazia um módulo de dupla câmara traseira, para o XZ3 a Sony voltou a apostar apenas num sensor.

Em geral os resultados são bons mas não impressionam quando comparados com os da concorrência. Com boas condições de iluminação o nível de detalhe é sólido e a reprodução de cores é das mais fiéis à realidade que temos visto. No entanto a amplitude dinâmica fica aquém das expectativas uma vez que, frequentemente, o fundo das imagens fica com demasiada exposição em cenas com contrastes elevados.

Em cenários com iluminação fraca a qualidade diminui, as imagens ficam com algum grão, mais do que com outros telefones da mesma gama, e com uma tonalidade amarelada. Ainda assim, considero os resultados satisfatórios nestas condições.

Relativamente ao vídeo, o XZ3 consegue gravar até 4k em HDR e suporta gravação em câmara lenta a 960fps em Full HD, algo que nem o Galaxy S9 consegue. A estabilização electrónica está presente e funciona bastante bem. 

A câmara de selfies tem 13MP com estabilização electrónica e inclui modos de retrato ou bokeh (via software) e de beleza. Os resultados são francamente bons mesmo em condições mais adversas, como por exemplo contra a luz solar ou com pouca luz.

Como já é hábito, a fabricante nipónica incorporou diversos modos de captura na câmara do Xperia XZ3. Entre eles destacam-se o modo de Realidade Aumentada (AR) e de Efeitos Criativos que trazem uma pitada de diversão à utilização desta câmara. Aqui fica a galeria com todas as fotos que captei com o XZ3

Bateria

A Sony é conhecida pela sua boa gestão de recursos energéticos nos smartphones mas também por não os equipar com grandes baterias. O Xperia XZ3 vem com uma bateria de 3300mAh, a maior em topos de gama da marca até à data, em conjunto com o maior ecrã. Ou seja, não há um ganho real na autonomia só por ter uma bateria de maior capacidade que os seus antecessores.

Com uma utilização moderada a intensa, que inclui redes sociais, fotografia ligeira, streaming de música e pelo menos 1h30 de Netflix ou Youtube, a bateria deste smartphone é suficiente para durar um dia de trabalho – retirar do carregador por voltas das 6h30 e perto das 20h30 ainda temos 10% a 15%. É particularmente notório o aumento do consumo de bateria quando visualizamos conteúdo HDR no Netflix e quando se usa a câmara durante longos períodos. Por isso, para quem tem esse tipo de utilização é recomendável o uso de um powerbank ou uma carga da bateria a meio do dia, para não faltar mais tarde.

Pelo lado positivo, o Xperia XZ3 suporta carregamento rápido Qualcomm Quick Charge 3.0 e carregamento sem fios devido à sua traseira em vidro. Há ainda um conjunto de modos de poupança de bateria via software que a Sony incluiu para que se consiga espremer o máximo de autonomia do aparelho.

 

Conclusão

Em última instância o Sony Xperia XZ3 é um verdadeiro topo de gama, extremamente competente e sem dúvida o melhor smartphone produzido pela marca até à data. No entanto ainda está longe da concorrência, particularmente de aparelhos como o Galaxy S9, Huawei P20 Pro ou até do OnePlus 6/6T.

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Não há dúvida que a Sony acertou em cheio com o ecrã do Xperia XZ3 e com a transição para a tecnologia OLED. No entanto, flops como a colocação do sensor de impressões digitais ou o Side Sense pagam-se caro no feroz mercado mobile. No fundo este é um aparelho direcionado para quem passa muito tempo a ver vídeos no Youtube, Netflix e afins. Para isso o ecrã QHD+ OLED com suporte para HDR deste telefone é perfeito.

Hoje em dia torna-se difícil recomendar o Xperia XZ3 pelos 800€ a que está à venda nas lojas nacionais quando, por exemplo, um Galaxy S9 da Samsung ou um Huawei P20 Pro podem ser adquiridos por valores a rondar os 600€.

Pros:

  • Excelente ecrã OLED com resolução QHD+
  • Vem com Android 9 Pie
  • Boa performance

 

Contras:

  • Péssima localização do sensor de impressões digitais
  • Side Sense não funciona corretamente
  • Demasiadas aplicações pré-instaladas (bloatware)

 

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