Análise Samsung Galaxy S21 Ultra. O melhor smartphone Android da actualidade

As boas sensações com o Galaxy S21 Ultra não terminam no exterior. O funcionamento do telefone, como esperado num produto desta categoria de preço, é muito bom. E a Samsung, de facto, implementou várias novidades interessantes.

Ecrã Galaxy S21 Ultra 5G

O ecrã, por exemplo, é a referência no setor. Possui resolução WQHD +, atinge 1.500 nits de brilho, adapta dinamicamente a taxa de atualização entre 10 e 120 Hz (para consumir menos energia) e é compatível com padrões como HDR10 +. Na prática, o painel oferece uma excelente qualidade de imagem, como a Samsung nos habituou. A calibração de cores é boa, a relação de contraste é incrível – como qualquer painel OLED – e a taxa de atualização de 120 Hz torna qualquer interacção com o telefone muito mais fluida, orgânica e agradável aos olhos.

No painel, salientamos o seguinte:

• Pela primeira vez, a taxa de atualização de 120 Hz pode ser ativada em conjunto com a resolução WQHD +. Em telefones Samsung anteriores, o utilizador tinha que escolher entre 120 Hz e Full HD + ou 60 Hz e QHD +. Mas isso acabou. Agora podem ter o melhor dos dois mundos.
• A segunda é que a Samsung, por padrão, vende o S21 Ultra com o modo de calibração que supõe a saturação das cores. A Samsung já faz isso há anos e tudo parece indicar que, no curto prazo, continuará a fazê-lo. Felizmente, tem uma solução fácil: nas configurações de ecrã podem selecionar o modo Natural que representa cores com maior precisão, em vez de ser extravagante. Se planeiam editar fotos ou simplesmente consumir conteúdo audiovisual conforme capturado pelo criador, recomendo que ative o modo Natural.
• E a terceira (e última) apreciação é que, pela primeira vez, um smartphone da linha Galaxy S é compatível com a S-Pen, a S Pen da Samsung. O telefone não possui compartimento para armazená-la, como no Galaxy Note, mas o seu ecrã é capaz de a reconhecer. A S Pen e a capa de armazenamento são vendidos como acessórios separados.

Performance Galaxy S21 Ultra 5G

A versão europeia do Galaxy S21 Ultra apresenta um novo Exynos 2100 SoC. O que é interessante sobre este SoC é que a Samsung, pela primeira vez, decidiu dispensar os núcleos próprios e, em vez disso, voltou-se inteiramente para os designs de referência da ARM. Esta estratégia é a mesma da Qualcomm com o Snapdragon 888, então, pelo menos no que diz respeito à CPU, a experiência deve ser semelhante entre os dois modelos. Essa paridade, tenham em mente, não se verificou nos anos anteriores, porque o Chipset da Qualcomm era, em alguns aspectos, um pouco melhor.

A melhor maneira de confirmar as semelhanças seria comparar o desempenho da versão americana do S21 Ultra (com o Snapdragon 888) e a versão europeia. Mas, como não temos acesso à versão norte-americana, é difícil saber se a Samsung conseguiu mesmo essa paridade entre o seu SoC e o da Qualcomm.

O que sabemos é que o S21 Ultra, no Geekbench 5, marca cerca de 1.100 pontos no núcleo único e 3.600 em multi-core. E o desempenho do telefone é, em todos os momentos, excelente. As animações são executadas sem problemas, as aplicações carregam rapidamente e os jogos mais exigentes são executados normalmente. Para este bom desempenho, aliás, contribui também a memória RAM (que vai até 16 GB de capacidade no S21 Ultra) e a memória UFS 3.1, que agiliza qualquer processo de leitura ou escrita.

O Exynos 2100, por falar nisso, vem acompanhado de um modem 5G (integrado ao próprio SoC, ao contrário do ano passado), portanto, como muitos outros telefones FlagShip, pode ser ligado às redes 5G que ainda esperamos ver em Portugal. O mais relevante para o consumidor, no entanto, é que a Samsung, ao contrário do ano passado, não disponibiliza versões sem 5G da família S21. Ou seja: se comprarem um S21, ele terá 5G sim ou sim.

Sem slot microSD

Algo que pode não deixar todos os potenciais compradores satisfeitos é a ausência de Slot microSD. Sim, a variante de memória que escolherem na altura da compra vai ser toda a memória de armazenamento que terão disponível no vosso Galaxy S21 Ultra. Numa atualidade em que os serviços Cloud proliferam, compreende-se que a Samsung tenha tomado esta opção, até porque a velocidade de leitura e escrita UFS 3.1 do S21 Ultra é muito superior a qualquer cartão de memória existente. No entanto, se gravarem muitos vídeos em 8K podem sentir falta de espaço relativamente rápido, dependendo da variante que escolherem

Para tentar acalmar os mais ansiosos com o facto de mais uma vez a variante europeia dos Flagships Samsung vir com SoC Exynos ao invés de Snapdragon, digo-vos que é possível que desta vez tenhamos saído a ganhar.

A autonomia e desempenho do Galaxy S21 Ultra são extraordinárias e ,na nossa experiência, não verificámos nenhum tipo de sobreaquecimento. Para aqueles que gostam de comparar Benchmarks, podem ver que o Snapdragon 888 supera o Exynos 2100, mas apenas por uma pequena margem.

O Exynos 2100 bate o SnapDragon 888 no teste de memória do AnTuTu, ao conseguir uma pontuação de memória mais alta mostra o quão rápido e ágil é o telefone. Embora a abertura de aplicativos use alguma potência da CPU, as leituras sequenciais e aleatórias da ROM afetam a velocidade com que o telefone pode abrir aplicativos e arquivos.

Conectividade de última geração

Ainda quanto à conectividade, o S21 Ultra é compatível com redes Wi-Fi 6E e, como o note20-ultra-este-note-leva-boa-nota">Note 20 Ultra, suporta a tecnologia UWB. Os routers compatíveis com Wi-Fi 6E são raros assim como os acessórios que tiram proveito da tecnologia UWB – excepto o Galaxy SmartTag. Mas analisando o futuro, é excelente que a Samsung tenha implementado ambas as tecnologias no seu Smartphone referência.

Nos testes que realizámos, o S21 Ultra 5G apresentou sempre melhores resultados de rede móvel que o S20 Ultra e Huawei Mate 30 Pro que usámos para comparação.

Biometria melhorada

Em relação à biometria, o S21 Ultra apresenta um sensor ultrassónico de impressão digital um pouco maior e mais rápido. Eu não classificaria isso como uma grande melhoria, mas como um refinamento que reduz a percentagem de erros ao desbloquear o dispositivo. Eu ousaria dizer, sim, que o sensor deu o pequeno passo que precisava para se equiparar totalmente aos leitores de impressão digital convencionais.

Bateria e Autonomia. Finalmente a Samsung acertou

O Galaxy S21 Ultra apresenta uma bateria de 5.000 mAh e pode ser carregado rapidamente a um máximo de 25 watts com fio ou 15 watts sem fio. É verdade que este é dos números menos impressionantes do Galaxy S21 Ultra, mas a diferença para carregamentos de 66W como o Mate 40 Pro não é assim tão expressiva. O S21 Ultra carregou completamente em 1h11m e para comparação o Mate 40 Pro com os seus 66W levou 49m a carregar.

O S21 Ultra também é capaz de transferir energia para outros dispositivos compatíveis com o padrão Qi – bastante prático para, por exemplo, dar uma carga de emergência aos vossos Galaxy Buds Pro.

A bateria de 5.000 mAh, somada à eficiência energética dos demais componentes e a uma fantástica gestão do Exynos 2100, traduz-se numa autonomia excelente. Não me recordo da última vez que usei a designação Excelente ao categorizar a autonomia de um smartphone Samsung.

Mesmo com a resolução WQHD +, dados móveis ligados, Bluetooth, Wi-Fi e taxa de atualização dinâmica (que chega a 120 Hz) cheguei a cerca de 10h de tempo de ecrã. Na imagem abaixo podem ver um exemplo em que 53 de bateria se traduziu em 4h49m de tempo de ecrã. Resumindo, a bateria e a gestão de energia é excelente.

Como provavelmente já sabem, a caixa do S21 Ultra não inclui um adaptador de energia ou fones de ouvido. A Samsung entrou no mesmo comboio que a Apple e a Xiaomi, dispensando esses dois elementos nos seus produtos de última geração. A razão? Segundo a Samsung é o meio ambiente.

A empresa sul-coreana diz que quer incentivar o reaproveitamento de acessórios em vez de os produzir de forma descontrolada e gerar toneladas de resíduos todos os anos. Com a redução do tamanho da caixa, também podem enviar mais telefones em cada avião ou camião de transporte que utilizam na sua cadeia logística, o que também se traduz em menores emissões.

A câmara mais incrível da Samsung

Foi com o S20 Ultra que a Samsung se iniciou com as lentes telefoto de longo alcance e incorporou uma óptica de 4X no seu telefone de referência. Um ano depois, a marca não só continuou a fazer experiências, mas dobrou o seu poder.

O Galaxy S21 Ultra é o primeiro Samsung com duas lentes telefoto: um de 3X e outra de 10X. Pessoalmente, adoro. E suspeito que vai acontecer o mesmo a todos os que gostam de fotografia. A versatilidade de ter duas lentes telefoto como estas no bolso torna o S21 Ultra uma ferramenta criativa superpoderosa. E não só por podermos fotografar assuntos, mas pela forma como esse tipo de lente potencia as perspetivas.

A Samsung implementou de forma muito competente esta dupla câmara telefoto no S21 Ultra mas não é a primeira marca a optar por esta configuração. O P40 Pro Plus também tinha duas lentes telefoto. A diferença é que este modelo Huawei, por diversas razões quase que não se viu nas prateleiras, cabe a este smartphone Samsung mostrar ao mundo as vantagens desta implementação.

O desempenho das duas teleobjetivas, é muito bom. Tenho que admitir que, antes de testar, temia que o desempenho do 10X não fosse satisfatório, mas, nada poderia estar mais longe da verdade. É verdade que a abertura facilita o aparecimento de ruído quando a luz é reduzida. É uma limitação que deve ser assumida com este tipo de câmara. Mas em condições relativamente bem iluminadas, os resultados são muito bons.

A acompanhar estas duas teleobjetivas encontramos, uma grande angular e uma câmara padrão acompanhada de um sensor que auxilia no foco. Este elemento, também implementado no Note 20 Ultra, evita os problemas de foco que vimos no S20 Ultra.

O desempenho da câmara principal, que usa um sensor de 108 megapixels, é muito bom. as fotos que tirei com esta câmara têm uma iluminação muito boa, cores corretas e, em geral, bastante equilibradas. Todas as mudanças que a marca fez tanto no sensor quanto no Software trouxeram bons resultados. E, honestamente, gosto de ver a Samsung a fazer finalmente um equipamentos que nem os mais exigentes podem criticar.

A única razão pelo qual o S21 Ultra não é o melhor para fotografia é que, em algumas condições adversas, o tratamento da imagem da Samsung não é tão eficaz quanto o do Huawei Mate 40 Pro. Este último retém um pouco mais de detalhes e processa melhor as texturas em algumas superfícies.

nesta análise ao Galaxy S21 Ultra

Por último, nesta análise ao Galaxy S21 Ultra confrimámos que é capaz de gravar vídeo em 8K a 24 FPS, embora pessoalmente eu ache que os resultados são muito melhores em 4K a 60 FPS. A Samsung também oferece uma série de sistemas de estabilização bastante eficaz e um novo modo de gravação que permite alternar entre as diferentes câmaras em velocidade para criar mais conteúdo cinematográfico.