Quando o Samsung Galaxy Fold foi revelado no Mobile World Congress em 2019, atraiu uma multidão de curiosos, as pessoas reuniram-se no Stand da Samsung para ver essa nova maravilha tecnológica, protegida por um vidro grosso, longe do alcance.
Os críticos foram agressivos e rápidos a formular uma opinião: o ecrã do Galaxy Fold não era bom o suficiente, havia um vinco visível no centro, era muito caro. A primeira ronda de análises mostrou pessoas a tentar descolar a frente do telefone, deixando muitos a acreditar que o telefone dobrável da Samsung era um fracasso. Só que não!
É absolutamente incrível o quanto pode ser dito por pessoas que nunca viram ou seguraram – e muito menos usaram diariamente um Samsung Galaxy Fold. Tenho novidades para vocês. Estão todos errados!
Neste artigo vão encontrar:
Design Galaxy Fold
- Fechado: 160,9 x 62,8 x 15,7-17,1 mm
- Aberto: 160,9 x 117,9 x 6,9 mm
- Botão Bixby
- Scanner de impressão digital
- 276g
O ponto de destaque do Galaxy Fold é como é possível abri-lo e fechá-lo de uma forma confortável. A dobradiça em si é uma obra de engenharia notável e há uma solidez reconfortante em como o telefone foi montado.
Muito do que vão encontrar no design do Fold vem de outros telefones Samsung: a maneira como se faz sentir nas mãos, a maneira como os orifícios das colunas foram cortados e a colocação das câmaras na parte traseira é tudo muito Samsung, e ainda bem.
O Galaxy Fold quando fechado é um equipamento grosso , na verdade entre 15 e 17 mm, aproximadamente o dobro da espessura de um smartphone comum. Mas, ao mesmo tempo, quando fechado, o tamanho é menor do que um smartphone comum – apesar da espessura é fácil de pegar e de guardar em qualquer bolso onde colocaríamos um smartphone.
Encaixa-se facilmente no bolso (não é mais espesso do que uma carteira ) , é certamente mais volumoso que o Samsung Galaxy S10 + que tenho usado recentemente e do que equipamentos de topo de outras marcas.
No exterior do Galaxy Fold temos um ecrã que pode ser usado como se tratasse de um smartphone “normal” e um scanner de impressão digital montado na lateral – uma conveniência de segurança posicionada de maneira útil – embora o ecrã externo seja um pouco pequeno.
Apesar do tamanho reduzido do ecrã externo a verdade é que é possível realizar com o Galaxy Fold todas as tarefas que podemos desejar, mandar mensagens, pesquisas rápidas, mapas etc, tudo está ali ao nosso dispor sem termos que abrir o equipamento.
Desdobrar o Galaxy Fold revela um espaço de ecrã muito maior. Houve mudanças desde a primeira iteração, que se centram no painel sobre as margens da superfície plástica do ecrã e na dobradiça, ainda assim sugerimos que não tentem descascar a superfície plástica. Não é uma capa de plástico, é o ecrã real. Portanto, descascá-lo seria uma péssima ideia.
Há um arranjo de entalhe um pouco estranho no ecrã interno, posicionado no canto com duas lentes de câmara. É uma pena que o ecrã seja interrompido por esse arranjo: tendo em conta que o modelo mais recente Samsung Galaxy Note opta por um único furo no ecrã, não podemos deixar de sentir que também seria uma boa opção para o Galaxy Fold.
Existem dois ecrãs
- Exterior: 4,5 polegadas, 1680 x 720 pixels, AMOLED dinâmico
- Interior: 7,3 polegadas, 2152 x 1536 pixels, Super AMOLED
Com um ecrã principal no interior e um ecrã secundário no exterior, o Galaxy Fold faz um melhor trabalho a proteger o seu ecrã principal do que um telefone com o ecrã na traseira como o Huawei Mate X.
Em vez de ter uma camada de vidro protetora na parte superior, devido à flexibilidade do ecrã, ele usa plástico. Isso não é assim tão raro e existem muitos dispositivos que usam plástico para a superfície dos seus painéis OLED.
O resultado é que o ecrã principal pode ser potencialmente danificado mais facilmente do que algo coberto com vidro. É importante que mantenham estes ecrãs longe de objectos ou detritos que os possam danificar, um bolso com areia seria um péssimo local para guardar um Galaxy Fold, por exemplo.
Há também um vinco no centro do ecrã dispositivo. Isto foi algo que todos nós salientámos quando o telefone foi anunciado pela primeira vez, mas, na realidade, isso não importa. Não diminui a experiência de visualização e, na maioria dos casos, nem sequer notamos que existe, a menos que estejamos a ver conteúdo mais escuro em condições de pouca luz, onde se torna mais perceptível.
O ecrã em si é repleto de detalhes, é brilhante e vibrante e tudo o que seria de esperar de um ecrã Samsung. Sim, algum conteúdo fica algo estranho, como os filmes da Netflix em 16: 9 que ficam com barras negras, mas ironicamente essa visão do futuro tem um aspecto próximo ao velhinho 4: 3, por isso adapta-se muito bem a conteúdos antigos que foram inicialmente feitos para TV. Também é provavelmente a melhor plataforma de visualização para o Instagram. Com tantas imagens quadradas, flui pelo Galaxy Fold com uma beleza sublime.
Essa experiência “Wow” repete-se em todos os tipos de conteúdos. O ecrã é magnífico e usá-lo é um prazer! Muitas aplicações ganham vida num ecrã um pouco maior, e muitos sites mal projectados são mais fáceis de navegar. Isso soa como o tipo de vantagens que um tablet oferece, mas poder fechá-lo e coloca-lo no bolso é uma experiência nova.
O ecrã externo é um pouco diferente. É pequeno e adequado para algumas coisas, mas, por outro lado, é um pouco complicado de usar para algumas tarefas. Tentem escrever uma resposta para um e-mail e vão sentir algum desconforto. É uma das poucas ocasiões em que sentimos a necessidade de abrir o Galaxy Fold para finalizar uma tarefa especifíca. O teclado da Samsung está bem projetado e apresenta-se dividido para permitir escrever com dois dedos.
O que não percebemos são as margens superior e inferior do ecrã externo. Por que esse ecrã não é de 5 polegadas? Por que não fica mais perto das margens ? Embora seja ótimo ter dois ecrãs, o ecrã menor parece podia ter sido melhor projetado para satisfazer o utilizador.
Potência e desempenho
- Processador Qualcomm Snapdragon 855, 12 GB de RAM
- Capacidade da bateria de 4235mAh, carregamento rápido USB-C
- 512 GB de armazenamento, sem expansão microSD
- Conectividade 5G
O Samsung Galaxy Fold apresenta-se na plataforma Qualcomm Snapdragon 855 com uma enorme capacidade de 12 GB de RAM. Há também um enorme armazenamento de 512 GB – o que pode explicar alguns dos custos – o que é útil, pois não há suporte para cartão microSD para expansão de armazenamento. Também não há entrada de fone de ouvido de 3,5 mm, mas vem com um par de Samsung Galaxy Buds na caixa – no valor de cerca de 150€, que são uma excelente prenda para quem se decidir por um Galaxy Fold.
Essas são especificações monstruosas e em uso, o Galaxy Fold é extremamente rápido a abrir aplicações e proporcionar uma experiência de excelência. A interface do utilizador (UI) é muito parecida com outros dispositivos Samsung – mais uma vez, uma familiaridade reconfortante – Podem abrir até três aplicações ao mesmo tempo, o que obviamente precisa de um pouco mais de recursos, portanto a grande disponibilidade de RAM até se justifica.
Isso leva as multitarefas a um outro nível permitindo que o utilizador tenha, por exemplo, aplicações de mensagens abertas ao lado do Google Maps e Chrome. Podemos pesquisar e navegar, enquanto procuramos o melhor caminho, mais rápido e dinamicamente do que com qualquer outro smartphone. Tudo isso acontece sem desaceleração ou atrasos. Nem todas as aplicações são compatíveis: não podemos abrir o Netflix e abrir o Messenger ao mesmo tempo, mas é uma funcionalidade que faz pleno uso do generoso espaço de ecrã.
Como já dissemos sobre o ecrã, o Galaxy Fold pode proporcionar uma experiência transformadora e incrível; jogar o meu jogo favorito como Call of Duty é uma experiência absolutamente perfeita.
Eu a varrer inimigos no Call Of Duty Mobile com a ajuda do Galaxy Fold
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A experiência é complementada pelas excelentes colunas do Galaxy Fold nas laterais, mas é aqui que nos deparamos com o problema do entalhe. Alguns jogos colocam controlos nos cantos inferiores (para que sejam fáceis de alcançar com os polegares), então temos que segurar o Fold com as câmaras frontais na parte superior, caso contrário, podem perder alguns controlos no entalhe. Isso significa que as palmas das mãos cobrem as colunas na lateral do telefone. Se tivermos o entalhe na parte inferior e isso já não é um problema – embora funcione para o YouTube ou para ver filmes, não é ideal para alguns jogos. Estou a ser picuinhas? Talvez, mas é a verdade.
Com tudo isso dito, jogar no Fold é uma brutal e experiência . Demora um pouco para nos acostumarmos com o tamanho do dispositivo, mas há uma glória visceral na experiência. É muito mais que jogar num tablet pequeno, e podemos dobrá-lo e o coloca-lo no bolso quando terminarmos.
O Samsung Galaxy Fold vem como capacidades 5G. Isso encaixa-se na sua filosofia de um telefone do futuro.
Autonomia
No que diz respeito à duração da bateria, a grande célula de 4.235mAh leva o Fold durante um dia com bastante facilidade – mas depende do que o utilizador faz com o telefone. Como todos os dispositivos, uma vez que o utilizador comece abusar do ecrã grande, verá que a bateria irá pagar a fatura. Existem telefones por aí que durarão mais – o Huawei Mate 30 Pro por exemplo – mas como o Galaxy Fold é único, há muito pouco para comparar.
O carregamento rápido é suportado, assim como o carregamento sem fio e PowerShare sem fio da Samsung. Não podia faltar nada neste telefone.
Câmaras
Uma experiência com seis câmaras
- Traseira: 12MP principal, 16MP ultra wide, telefoto de 12MP
- Frente: selfie de 8MP, sensor de profundidade RBG
- Frontal : 10MP selfie
A Samsung decidiu que a melhor maneira de garantir que o utilizador pudesse tirar uma foto com o Galaxy Fold quando quisesse, era colocar uma câmara de todos os lados. Isso significa que há uma câmara “cover” acima do ecrã externo, três câmaras na parte traseira do telefone, além de duas câmaras no interior – que se propõem oferecer uma experiência superior de selfie.
Isso significa que, quando o utilizador está a segurar o telefone poderá virar a câmara e tirar uma foto. Graças à maneira como o telefone se dobra, essas câmaras traseiras estão sempre disponíveis. Tudo fácil.
A câmara traseira oferece a experiência Dual Pixel da Samsung com abertura dupla (f / 1.5 ef / 2.4). A câmara principal é acompanhada por uma câmara ultra wide de 16 megapixels e uma telefoto de 12 megapixels num arranjo familiar – é basicamente o mesmo que o Galaxy S10 +.
A câmara principal tem um bom desempenho, capaz de tirar ótimas fotos em boas condições. Há saturação e qualidade nas fotos – bem como os modos AI de outros telefones. Mas a Samsung está um pouco para trás no hardware, e não parece tão capaz quanto as câmaras de alguns rivais; não é tão bom quanto o Huawei P30 Pro ou o Apple iPhone 11 Pro e, apesar de conseguirmos tirar fotos boas com boa luz, parece que a Samsung tem trabalho a fazer em fotos com pouca luz e zoom para voltar ao seu melhor. Galaxy S20 esta dica é para ti.
Fotos com pouca luz apresentam algum ruído de imagem que outras câmaras conseguem erradicar, A situação da câmara selfie é um pouco mais preocupante. Assim que a luz diminui, nenhuma das câmaras do Galaxy Fold responde como desejavamos. Vão ter um resultado desfocado ou uma imagem esbatida , o que é uma pena.
A câmara selfie interna possui esse segundo sensor, que afirma ser um sensor RGB. Cubram a segunda lente do sensor na câmara frontal e o Galaxy Fold só se queixa quando tentamos usar o “Live Focus” ou o modo retrato, mas a câmara selfie interna fornece resultados um pouco mais quentes com um pouco mais de detalhe.
Tal como câmara de frontal oferece Live Focus sem a segunda lente de suporte, é difícil entender por que a Samsung se preocupou em incluí-la. Suspeitamos que isso tenha a ver com o Fold estar intimamente relacionado ao desenvolvimento do S10 – suspeitamos que a próxima iteração esteja mais próxima do Galaxy Note 10 na implementação da câmara frontal.
Não vamos esquecer que há muitas coisas boas na câmara Galaxy Fold – mas não está na vanguarda onde deveria estar. Espaço para melhorar, certamente.
Experiência quotidiana com o Galaxy Fold
Embora seja fácil analisar o hardware deste telefone e julgar tudo por si só, há um contexto maior para este telefone. Atualmente, não há nada assim no mercado (o Huawei Mate X ainda não saiu), portanto, uma comparação direta com outros líderes de mercado não faz sentido imediatamente.
O Galaxy Fold vira cabeças: num mar de smartphones sem identidade onde o Pixel do Google parece-se com o iPhone, e o iPhone parece pouco diferente de um telefone Motorola barato, o Galaxy Fold é completamente diferente.
Ao mesmo tempo, há coisas para as quais precisam se adaptar. A digitação no Galaxy Fold faz-se principalmente com as duas mãos e isso é bom quando o estamos sentados no sofá, nos transportes públicos ou em andamento (sim sou desses) as coisas complicam-se um bocadinho.
Visualizar fotos ou algo que o utilizador que encontramos nas redes sociais e a experiência é melhor do que qualquer outro telefone, ponto final. Mas fazer isso a andar pela rua não é a melhor experiência no Galaxy Fold: o ecrã externo não oferece a experiência que desejamos – não substitui um telefone comum , como deveria fazer.
Isso determina a experiência diária com o telefone. Usei o ecrã externo para responder a algumas mensagens em andamento, porque é fácil, assim como controlar a música, navegar no Instagram ou Twitter. Mas o teclado é muito pequeno por fora e, portanto, não é tão útil quanto um telefone normal.
Chegamos a casa e sentamos no sofá e não há necessidade de um tablet, abrimos o Galaxy Fold e está lá tudo, a melhor experiência que já tivemos com um ecrã de smartphone, seja a planear as férias com os amigos ou apenas a navegar nas redes sociais. Aqui o Fold funciona melhor que qualquer outro.
Para aqueles preocupados com os custos e com a duração do Galaxy Fold, ele vem com Samsung Care + de um ano, o que significa que a Samsung reparará, substituirá ou reembolsará o cliente se algo correr mal dentro desse prazo. Não cobre danos causados por desgaste, mas proporciona alguma tranquilidade aos que não sabem se devem investir num equipamento tão diferente.
Veredito Galaxy Fold
Não há dúvida de que há espaço para o Galaxy Fold evoluir, para melhorar a experiência. Originalmente questionamos o tamanho do ecrã do tablet e pensámos que faria mais sentido um telefone mais compacto como o novo Moto Razr, mas a gloriosa experiência do ecrã grande da Samsung é irresistível e tem enormes vantagens.
O Galaxy Fold é um dispositivo de primeira geração e estamos mais do que felizes em ter a oportunidade de experienciar as suas peculiaridades, porque é uma visão do futuro. Pensar fora da caixa em que se tornou o mercado de tecnologia móvel é imperativo para a sustentabilidade do setor e estamos impressionados e gratos á Samsung por levarv as coisas mais além com o Galaxy Fold.
Claro, algumas partes deste telefone não são líderes de mercado, mas isso parece o ponto de partida para a próxima geração de dispositivos móveis. Enquanto outros fabricantes de telefones discutem sobre mudanças incrementais, a Samsung fez algo radical – e nós adorámos.
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