Análise BQ Aquaris V

Um concorrente de peso na gama média

Cada vez mais a BQ é sinónimo de confiança no nosso país. Com um passado recente de terminais de qualidade a preços acessíveis, a marca espanhola tornou-se já uma referência na gama média de smartphones Android.

Hoje, trazemos-vos a análise completa de um dos mais recentes elementos da família Aquaris, o BQ Aquaris V. Durante duas semanas usámos este equipamento como telefone principal para poder deixar aqui a nossa opinião acerca de tudo aquilo que gostámos e não gostámos neste aparelho. Se estás a pensar adquirir um telemóvel de gama média sem ter que assaltar um banco, não percas esta análise pois o BQ Aquaris V poderá ser aquilo que procuras.

Aqui ficam alguns dos concorrentes do BQ Aquaris V:

BQ Aquaris V – Design

Nada de novo

Quem tem acompanhado a BQ nos últimos anos já deve ter reparado que a marca abraçou uma linguagem de design característica. Os materiais de eleição têm sido metal e plástico e as linhas primam pela simplicidade. O Aquaris V não foge à regra.

Com uma traseira em plástico que abraça o aro de alumínio escovado à volta do ecrã 2.5D, o Aquaris V apresenta-se como um smartphone de dimensões contidas (148,1 x 73 x 8,4 mm) e sólida qualidade de construção. O seu ecrã de 5.2” torna-o perfeitamente manobrável com uma mão, no entanto as 162 g parecem um pouco acima do ideal, para um equipamento destas medidas. Felizmente o telefone está certificado pela norma IP52, que o torna resistente a pó e salpicos.

Como tem sido hábito nos smartphones da BQ, encontramos 3 botões capacitivos na face frontal do Aquaris V, por baixo do ecrã, que infelizmente não são retroiluminados nem as suas funções são  personalizáveis. Por cima do display estão situados os habituais sensores, o LED de notificações e um flash frontal.

A porta micro-USB está colocada em baixo juntamente com uma coluna e um microfone. O lado direito contém os botões da praxe, volume e power, que apresentam óptimo feedback táctil, enquanto que do lado esquerdo apenas encontramos o tabuleiro híbrido que pode alojar dois SIMs ou um SIM e um cartão micro-SD até 256 GB.

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Por fim, na parte de cima está a entrada para fones 3.5” e um segundo microfone.

Apesar de não faltar praticamente nada ao Aquaris V do ponto de vista de construção, considero que este design repetidamente adoptado pela BQ peca por ser um pouco antiquado e não apresentar grande evolução de aparelho para aparelho ao longo dos anos (salvo uma ou outra nuance na colocação da câmara). Quem olha para o Aquaris V de relance pode perfeitamente confundi-lo por um Aquaris U ou um Aquaris X. O Aquaris V está disponível em Preto e Dourado.

BQ Aquaris V – Ecrã

Às vezes menos, é mais…

O ecrã deste BQ Aquaris V mede 5.2” com resolução HD (1280 x 720 pixeis), e por isso acaba por ser meigo no consumo de bateria. Com esta resolução e tamanho, o painel acaba oferece uma densidade de pixeis abaixo dos 300 ppi (283 ppi para ser exacto) mas que considero ser adequada a um aparelho desta gama. A olho nu quase não se notam as diferenças para um ecrã de resolução Full HD e os 720p em nada comprometem a experiência Android. No entanto é natural que os mais exigentes fiquem desiludidos com a resolução adoptada na altura de consumir conteúdos multimédia.

A BQ optou por um painel LCD IPS A-SI de excelente qualidade que prima essencialmente pelo seu intenso brilho. As cores são vivas e até um pouco saturadas por defeito, tornando os pretos profundos (ao jeito OLED mas sem o ser). No entanto os brancos apresentam uma tonalidade ligeiramente azulada, nada de muito problemático.

Os níveis de brilho são sem dúvida uma das coisas que mais agradou no ecrã do Aquaris V uma vez que estão bem calibrados e o brilho máximo chega a atingir os 520 nits, segundo a BQ. Assim sendo não tive quaisquer problemas em ler o ecrã sob a luz solar, com ângulos de visão francamente bons a ajudar ainda mais na sua legibilidade. A resposta do sensor de luminosidade é rápida e os ajustes são adequados ao ambiente. Podemos ainda contar com um acabamento anti-dedadas bastante eficiente e vidro Dinorex que oferece alguma protecção ao ecrã.

Em geral fiquei bastante satisfeito com o ecrã deste smartphone mesmo tendo em conta as limitações de resolução.

BQ Aquaris V – Especificações

Características Técnicas
ProcessadorQualcomm® Snapdragon™ 435 Octa Core até 1,4 GHz
Sistema OperativoAndroid 7.1.2 (Nougat). Atualizável a Android 8 (Oreo)
Ecrã5.2″ HD 720 x 1280 – 283 ppi
Armazenamento16 GB / 32 GB
Memória RAM2 GB / 3 GB
Câmara traseiraSony IMX386, 12 MP Big Pixel, ƒ/2.0, Flash LED, autofoco PDAF
Câmara frontalSamsung S5K4H8, 8 MP, ƒ/2.0, Flash LED
Bateria3100 mAh
Dimensões148,1 x 73 x 8,4 mm
Peso165 g
Redes4G: 1 (2100) / 2 (1900) / 3 (1800) / 4 (1700/2100) / 7 (2600) /
8 (900) / 20 (800) / 28 (700)
3G: I (2100) / II (1900) / V (850) / VIII (900)
2G: 850 / 900 / 1800 / 1900
ConectividadeGPS / GLONASS / GALILEO
Wi-Fi® 802.11b/g/n/ac (dual band – 2,4 GHz / 5 GHz)
Bluetooth® 4.2
NFC (HCE+SE)

 

BQ Aquaris V – Hardware e Performance

Cumpre sem deslumbrar

Neste departamento não há grandes surpresas. Como seria de esperar a BQ apostou num chip de entrada de gama média, o Snapdragon 435 para conduzir as operações no Aquaris V.

Este SoC é constituído por um processador de oito núcleos Cortex-A53 a 1.4GHz que se faz acompanhar por uma GPU Adreno 505 a 405 MHz. Teoricamente a sua performance não é tão eficiente como a de um Snapdragon 625, por exemplo, uma vez que é fabricado num processo diferente (28 nm vs. 16 nm).

A BQ disponibiliza duas variantes do Aquaris V que diferem na quantidade de RAM e armazenamento disponíveis. O modelo que testámos vinha com 3 GB de RAM e 32 GB de ROM (27 GB disponíveis para o utilizador) e há ainda a versão com 2 GB de RAM e 16 GB de memória interna. Ambas as variantes suportam expansão através de cartão micro-SD até 256 GB.

Desta combinação de especificações seria sempre de esperar um rendimento moderado, de acordo com a faixa de preço em que este smartphone se enquadra e foi precisamente isso que constatei.

Começando pelos resultados dos testes de Benchmark, o Aquaris V obteve 44.076 pontos no Antutu que o deixa algures entre o Moto G5 e o Moto G5 Plus. No teste Geekbench 4 o resultado single-core foram uns modestos 654, enquanto que no multi-core se obteve 2407 pontos, fruto dos oito núcleos do Snapdragon 435.

Mas hoje em dia nem só através de benchmarks se pode avaliar a performance de um smartphone e por isso o verdadeiro teste foi o uso do BQ Aquaris V no dia a dia durante duas semanas. É que apesar dos modestos resultados nos testes da especialidade, este telefone porta-se surpreendentemente bem nas tarefas quotidianas.

Não notei ocorrências significativas de lag e em geral todas as aplicações mais populares como o Facebook, Instagram, WhatsApp ou Google Chrome correram sem grandes problemas. Este bom nível de performance também se deve em parte ao facto de o Aquaris V correr Android Nougat praticamente puro. Claro que por vezes se notou alguma demora na abertura e na resposta de algumas apps mas isso já era expectável e não considero que seja preocupante. Os 3 GB de RAM revelaram-se suficientes para uma boa experiência de multitasking mantendo um número considerável de aplicações a correr em segundo plano.

Habitualmente, um dos maiores problemas de smartphones desta gama costuma ser a performance gráfica. No entanto devo dizer que o BQ Aquaris V não se porta nada mal e para isso contribui em larga escala a resolução 720p do seu ecrã. Afinal são quatro vezes menos pixels para gerir, comparativamente a ecrãs 1080p, que levam a uma melhor performance gráfica à custa de nitidez. Títulos como War Robots e Asphalt Extreme correrem sem grandes problemas ainda que nas definições mínimas. É certo que por vezes ocorre o ocasional soluço ou perda de frame mas de uma modo geral achei o desempenho gráfico do Aquaris V superior ao dos seus concorrentes de gama média-baixa.

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Por fim, falemos do sensor de impressões digitais que no caso deste telefone está situado na parte de trás. Embora não seja a minha localização favorita para esta funcionalidade (prefiro um sensor de ID frontal que está acessível mesmo com o telefone em cima da mesa), admito que a BQ fez um ótimo trabalho neste aspecto. Basta encostar o dedo e o telefone é desbloqueado sem ser preciso ligar o ecrã primeiro. Em média a sua taxa de eficácia ronda os 80%.

BQ Aquaris V – Software e Interface

Uma simplicidade boa

O Aquaris V chega-nos a correr Android 7.1.2 Nougat, uma versão bastante recente do nosso sistema operativo preferido, com a promessa de uma actualização para Android 8 Oreo por parte da BQ.

Como tem sido hábito nos aparelhos da marca dos últimos anos, a BQ optou por incluir uma experiência Android quase pura no Aquaris V, que na minha opinião acaba por contribuir bastante para o sucesso deste equipamento na sua gama.

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A personalização incluída é muito ligeira, com um ou outro apontamento que acaba por enriquecer a experiência do utilizador. Por exemplo, premir duas vezes o botão power leva-nos directamente na aplicação de câmara. Levantar o telefone em repouso acende um ecrã monocromático onde podemos ver as horas e as notificações (a chamada Visualização Ambiente) e podemos ainda acordar o telefone com um simples duplo toque no ecrã.

Enquanto outras marcas preferem usar máscaras pesadas nos interfaces dos seus aparelhos à custa de memória e portanto de performance, a BQ já percebeu que não é preciso “inventar muito” para garantir uma boa experiência Android aos seus clientes e por isso aposta (e bem) num interface tal como a Google idealizou.

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A ausência de uma capa de personalização pesada no BQ Aquaris V garante assim um melhor rendimento e optimização de recursos do telefone. Por isso a utilização de RAM é sempre relativamente baixa, permitindo um multitasking descontraído.

Outra vantagem de usar Android stock é que assim torna-se mais fácil ao fabricante actualizar o software do smartphone visto que não precisa de fazer grandes adaptações.

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A lealdade da BQ ao Android puro é tal que o Aquaris V nem inclui aplicações próprias de galeria nem de reprodução de vídeo. Em vez disso usa o Google Fotos para as duas funções e tudo funciona sem problemas. A única aplicação de terceiros que encontramos instalada de fábrica é a BQ Plus, um seguro da própria marca que podemos contratar para salvaguardar potenciais acidentes como quebra de vidro, roubo, contacto com líquido, etc.

BQ Aquaris V – Câmara

O melhor do Aquaris V

A câmara traseira do BQ Aquaris V conta um sensor Sony IMX386 de 12MP com tecnologia Big Pixel, abertura f/2.0, auto-foco PDAF (detecção de fase) e claro o habitual flash LED. Como seria de esperar, nada de duplas câmaras nem estabilização de imagem uma vez que essas são características reservadas para gamas de preço mais elevados. A resolução máxima de gravação de vídeo é 1080p.

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O interface da aplicação da câmara é relativamente simples e intuitivo. Com um deslizar de dedo na horizontal podemos alternar entre os modos de fotografia disponíveis: Panorâmica, Foto, Vídeo e Motions. Podemos também escolher fotografar usando uma das cenas predefinidas como Anoitecer, Neve, Noite, Paisagem, Fogo de Artifício, entre outros. Para quem gosta de controlar todos os aspectos da foto não falta o modo manual que permite ajustar valores exposição, ISO, equilíbrio de brancos, tempo de disparo e ponto de foco. Em geral estamos perante uma aplicação bastante completa, com opções para todos os gostos.

Relativamente à qualidade das fotos verifiquei que o sensor traseiro do Aquaris V é capaz de produzir imagens de boa qualidade, com detalhe suficiente e reprodução fiel de cores em condições de boa iluminação. A fotografia abaixo é um bom exemplo disso, onde a cor do comboio é representada correctamente e o alcance dinâmico é muito bom.

Em ambientes com pouca luz a qualidade das imagens ressente-se, como seria de esperar. A ausência de estabilização óptica obriga a incremento nos valores de ISO e como consequência surge ruído. É precisamente isso que se pode ver na foto abaixo.

A câmara frontal  é composta por um sensor Samsung S5K4H8 de 8MP com abertura f/2.0 e capacidade de gravação em 1080p e também tem um flash LED. A qualidade de imagem é surpreendentemente boa para um equipamento desta gama e sem dúvida que o flash é um elemento diferenciador relativamente à concorrência.

Aqui ficam algumas amostras do que a câmara do BQ Aquaris V é capaz:

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BQ Aquaris V – Bateria

Esperava mais

O BQ Aquaris V vem com uma bateria de 3100 mAh não removível e com tecnologia de carregamento rápido QuickCharge 3.0 (inclui carregador compatível), o que quer dizer que conseguimos obter perto de 50% de carga em pouco mais de 30 minutos. Uma carga completa demora aproximadamente 1h45.

Esta capacidade revelou-se capaz de aguentar um dia completo de uso normal, sem qualquer problema. Durante a minha utilização à base de consultas no browser, redes sociais, chats, meia dúzia de fotos e 1h de jogos, cheguei ao final do dia com cerca de 20% de bateria, em média. O modo de poupança de energia é o que vem incorporado por defeito no Android 7 Nougat, que prolonga a autonomia através da redução de alguns parametros como o brilho, vibração, rendimento e da desactivação da sicronização e dos dados em segundo plano.

Seria expectável que com uma bateria desta capacidade e um ecrã 720p se conseguisse pelo menos um dia e meio de utilização. Isso não aconteceu pois o chip Snapdragon 435 não é dos mais eficientes do mercado. Se no seu lugar a BQ tivesse usado o Snapdragon 625, a autonomia do Aquaris V seria prolongada certamente.

BQ Aquaris V – Preço e Conclusão

O BQ Aquaris V está a venda por 209,90€ na sua versão mais modesta de 16 GB de ROM e 2 GB de RAM. Já a versão que testei com 32GB/3GB custa um pouco mais – 239,90€ – que considero um preço acessível e justo para um aparelho com estas características.

A competição no segmento de gama média é extremamente feroz e alternativas não faltam, mas em geral penso que o BQ Aquaris V dá muito boa conta de si. Considero estarmos perante um smartphone completo nos parâmetros essenciais a uma boa experiência de utlizador Android, com especial destaque para a câmara que produz excelentes resultados por um valor abaixo dos 250€. Outros aspectos como a construção robusta e o acabamento do vidro em 2.5D dão um toque de classe ao Aquaris V. Por outro lado, apesar de garantir facilmente um dia de uso, a característica que mais desiludiu foi a autonomia tendo em conta os seus 3100 mAh e a resolução do ecrã abaixo do Full HD.

A questão que se coloca é se recomendaria este smartphone. Pois bem, recomendo o BQ Aquaris V para quem procura uma experiência segura e satisfatória, com um orçamento abaixo dos 250€.

Pros:

  • Construção robusta com aro metálico
  • Ecrã muito brilhante
  • Qualidade fotográfica acima da média

Contras:

  • Design “antiquado”
  • Ecrã com resolução “apenas” 720p (283 ppi)
  • Autonomia podia ser melhor
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