Alemanha planeia limitar exportações de materiais químicos utilizados no fabrico de Chipsets para a China
No mês passado, a organização SEMI anunciou que o gasto em equipamento avançado para o fabrico de Chipsets por parte de Coreia do Sul superará ao que fará China em 2024. Esses dados indicavam que a próxima inversão de Seúl subirá em 41,5% até os 21.000 milhões de dólares, enquanto que a de Pequim aumentará apenas 2%, chega aos 16.600 milhões de dólares. Esta situação é consequência das restrições impostas pelos Estados Unidos em outubro de 2022 sobre a capacidade de China para ter material para o fabrico de semicondutores. Estas medidas foram acompanhadas por políticas similares por parte de países como Países Baixos e Japão.
O governo alemão está planeando estabelecer algum tipo de restrições em relação a isso. Segundo informou recentemente a Bloomberg, a Alemanha está planeando limitar as exportações para a China de materiais químicos utilizados no fabrico de semicondutores. Esta proposta forma parte de um pacote de medidas que está a ser analisado por Berlim e que vai tornar mais difícil a capacidade de Pequim para produzir Chipsets. O objetivo dessa medida é reduzir a dependência alemã da China, país que constitui o principal fornecedor de Alemanha.
Uma maneira de articular essa restrição seria incluir esses compostos químicos na lista de produtos e tecnologias de duplo uso. A UE define esses elementos como “bens, software e tecnologia que podem ser utilizados tanto para aplicações civis como militares”. Tanto a União Como os estados membros estabelecem controlos à exportação deste tipo de mercadorias, por isso a inclusão destes produtos químicos nessa lista permitiria a Berlim estabelecer um controlo e assim limitar o fluxo de exportações para a China.
Este limite nas exportações afetaria a empresas como Merck e BASF, firmas que vendem produtos químicos a clientes de todo o mundo. Concretamente, no caso de Merck, que possui clientes como TSMC, as restrições governamentais afetariam as exportações de produtos como o detergente BPS-729B e o líquido de tungstênio WNBURE. No caso de BASF, o possível limite afetaria fluidos como o Selectipur, empregado na limpeza de circuitos integrados, e o Fotopur, utilizado no processo de fotolitografia.
Em novembro de 2022, a Alemanha proibiu por razões de segurança a venda do fabricante de microchips Elmos à firma Silex Microsystems, companhia sueca subsidiária da empresa de origem chinesa Microelectronics, o que “pôs em perigo a ordem pública e a segurança da Alemanha”. Segundo Robert Habeck, ministro de Economia alemão, esta operação teria posto em perigo a “soberania tecnológica e Económica” da Europa.
A Alemanha está interessada em diminuir sua dependência Económica da China e a Europa como um todo está interessada em obstruir o desenvolvimento tecnológico do gigante asiático. Assim, surge um capítulo novo da chamada “Guerra dos Chipsets”, conceito criado recentemente pelo historiador económico Chris Miller para definir o momento histórico em que encontra-se a indústria de semicondutores.
Em suma, a limitação das exportações de materiais químicos utilizados no fabrico de Chipsets para a China é uma medida importante para a Alemanha no sentido de reduzir sua dependência Económica em relação ao país asiático. Essa medida pode ter consequências para empresas alemãs, mas é uma decisão estratégica que se insere num contexto maior de conflito tecnológico entre a China e o Ocidente.
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