Análise Xiaomi Redmi Note 2

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Análise Xiaomi Redmi Note 2

Intro

A Xiaomi é uma marca muito interessante, como se não bastasse ter a 4ª maior quota de mercado de telemóveis do mundo (5,7%) ainda consegue fabricar aparelhos purificadores de ar, medidores de tensão arterial, gamepads e, entre tantos outros aparelhos, mais recentemente câmaras de filmar “todo-o-terreno”. Tem-no feito utilizando um modelo de vendas directas ao consumidor aliado a baixas margens de lucro, deste modo conseguiu para além de números de vendas astronómicos, gerar uma grande legião de fãs que entre outras coisas garantem um enorme apoio em termos de software para todos os modelos de smartphones Xiaomi, uma verdadeira comunidade; abrangendo das gamas altas às mais baixas, e apesar de tudo, é nestas últimas que se encaixa o Xiaomi Redmi Note 2, mas como poderão ler, só em preço é que este aparelho poderá ser considerado uma gama baixa.

Hardware

O Redmi Note 2 é inteiramente feito de plástico, um compromisso que estou disposto a fazer se ajudou a manter o preço do aparelho baixinho, pois apesar de tudo não é um plástico a que chamaria barato. As duas semanas que utilizei o telefone sem qualquer capa não deixaram qualquer arranham ou marca na sua capa traseira.

O visual é minimalista, mas é bom assinalar que os botões capacitivos abaixo do ecrã são vermelhos (REDmi) o que faz um contraste engraçado com a frente preta do aparelho.

O lado direito apresenta o Volume Rocker e o Botão On/Off, ambos de plástico e com um feedback bastante positivo ao serem pressionados. Infelizmente nenhum deles parece que se vá manter assim com o passar do tempo.

O lado esquerdo está vazio, ao contrário do inferior que tem a entrada micro-USB e o microfone principal. O microfone secundário pode ser encontrado na parte superior juntamente com o emissor de IV e a entrada para um jack de 3,5mm. A coluna está localizada na traseira onde existe também um pequeno alto impede que esta seja abafada quando o telemóvel é colocado de costas sobre uma mesa. Ao remover a traseira podemos aceder à bateria, às duas slot para cartões Micro Sim e à entrada para o micro SD.

Neste caso a Xiaomi não envia headphones e na caixa só é possível encontrar, para além do aparelho, um cabo USB para micro-USB, o adaptador de tomada e um livro de instruções inteiramente em Chinês.

O ecrã apresenta umas cores realistas e uma boa definição como seria de esperar (Full HD). Em termos de brilho, na minha opinião, poderia ser melhor. No mínimo é de facto muito escuro, o que facilita a sua utilização prolongada em locais escuros, mas o máximo fica ligeiramente aquém, pois apesar de ser utilizável ao Sol, fica sempre a impressão que poderia ser melhor.

Apesar de não ter qualquer classificação de resistência à água, a Xiaomi publicou no seu canal um vídeo onde é possível vê-lo a ser submerso num recipiente com água, e uma vez retirado, a continuar a trabalhar.

Bateria

Nos dois meses de utilização diária passei por diferentes ROMs, mas a bateria foi um dos pontos que se manteve praticamente constante, e ainda bem! No meu dia-a-dia com uma utilização que consiste em jogos 2D, ver e-mails, navegar na internet, Tapatalk e Facebook, cerca de 100 sms’s e 1 hora de telefonemas. Com isto, chego ao fim do meu dia de 16 horas com alguma bateria de sobra e passei sempre mais de 3h30 com o ecrã ligado (já por mais de 1 vez quase alcancei as 5h)! Segundo o MIUI o maior consumidor de bateira é, como seria de esperar, o ecrã; o que nos diz que o software está bem otimizado.

GPS

O GPS é um dos pontos altos deste aparelho, ao contrário do que se diz pela Internet os SoCs da MediaTek não têm nenhum problema inerente com GPSs, simplesmente têm de ser optimizados com o software. Em todos os meus testes, desta vez apenas no meio de Lisboa, o lock com os satélites foi praticamente imediato e manteve-se até ao fim da viagem, apenas com ligeiros atrasos em zonas mais cobertas, mas nada que impedisse a sua utilização.

Software

A skin própria da Xiaomi o MIUI é um caso de amor ou ódio, com muitas pessoas a fugirem delas e muitas outras a tentarem instala-la (e com bastantes casos de sucesso) nos seus smartphones que não são Xiaomi. Para o nosso aparelho está disponível a versão 6 de Estável ou o MIUI 7 em modo Developer, o que significa que apesar de ter updates todas as sextas-feiras (a versão internacional com as aplicações da Google só é disponibilizada 1 ou 2 dias depois) é possível que existam alguns bugs.  

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O MIUI 7 é das Skins mais fluídas que encontrei e também com a maior página de definições, permitindo controlar tudo ao mais pequeno detalhe, desde as notificações aos acessos root (a versão developer vem com pré-root, sendo facilmente activado e controlado no próprio smartphone, sem aplicações externas) à temperatura das cores ou à cor atribuída no LED a cada tipo de notificação. Uma dos pormenores que se nota imediatamente é a ausência de uma gaveta de aplicação, sendo estas organizadas de maneira semelhante ao iOS.

Performance

Não posso dizer que a performance seja topo de gama, mas acreditem que o Redmi Note 2 está muito longe de deixar que os primeiros lhe deem voltas de avanço. O Mt6795 não tem uma gráfica ao nível dos melhores Snapdragon, mas não é por isso que ficarão impedidos de jogar o vosso jogo preferido; nunca tive problemas com o Asphalt 8, Real Boxing ou Dead Trigger 2. Os 2 GB de RAM permitem um elevado nível de multitasking, isto se estivermos a falar de aplicações de uso comum como Facebook, Mensagens, Camera, Browser ou mesmo de jogos que não sejam muito exigentes, a experiência é sempre fluída. A partir do momento que abrem 2 jogos pesados ao mesmo tempo que umas quantas páginas no Browser e as já referidas aplicações, a situação tende a mudar de figura, e para além de alguns atrasos o mais provável é que os jogos sejam fechados pelo sistema.

Como não poderia deixar de ser, aqui ficam os resultados obtidos no Antutu, em modo normal e performance.

Som
Uma vez que estamos a falar de um telemóvel convém referir que nunca tive quaisquer problemas com a qualidade dos telefonemas e que o volume pode ser elevado ao ponto de ser desconfortável. A ligação por Bluetooth ao carro corre sem problemas e as chamadas também decorrem normalmente.

Apesar de lhe faltar uma das bandas 4G utlizadas em Portugal, pelo menos em Lisboa nunca o notei, uma vez que tenho 4G na grande maioria dos locais; apenas dentro de alguns edifícios notei a passagem para 3G. Infelizmente não será assim no país todo, principalmente longe dos nossos grandes centros urbanos.

A qualidade do som é a esperada de um telemóvel destes, perfeitamente satisfatória para qualquer pessoa desde que não seja um audiófilo, quer seja utilizando earphones ou a coluna. Mas o Redmi Note 2 tem um trunfo que muitos outros não têm, uma aplicação de Música capaz de tocar os mais variados ficheiros de música em formatos lossless. Para quem ainda gosta de comprar CD’s e de os ouvir sem compressões, faze-lo num telemóvel é uma tarefa árdua pois a grande maioria das aplicações não suporta estes ficheiros, acreditem, falo por experiência própria. Como não há bela sem senão, a interface desta aplicação é de má qualidade, não sendo possível escolher um Artista e de seguida diminuir os resultados por Álbum. Ou se escolhe por Artista, Álbum ou por Pastas. No fim de contas pareceu-me um mal menor.

Câmara

A câmara que nos é apresentada deixa algo a desejar, pelo menos até nos lembrarmos de quanto custou o telemóvel. Para facilitar esta análise vou deixa-la ao critério de cada um, ao lado de cada fotografia tirada com o Redmi Note 2 (à DIREITA) irei colocar uma tirada com aquela que é com certeza umas das melhores camaras móveis do momento, a do Samsung Galaxy S6 (à ESQUERDA).

 

Conclusão

Ao longo desta review referi várias vezes o preço deste smartphone, mas a verdade é que este pode variar bastante conforme a loja, e portanto para referência posso dizer que paguei por ele 146€. Dito isto posso também afirmar que se tivesse pago 178€, continuaria a achar que está no topo dos smartphones <200€.

Não é uma oferta premium, é feito de plástico, “só” tem 2 GB de RAM, o ecrã é “só” Full HD e a camara não é excecional; por outro lado tem bateria para o dia todo, a utilização e o multitasking decorrem de forma fluída e rápida, o processador aguenta jogos 3D, o GPS não falha e o software é estável e útil. Para além disto como é um Xiaomi tem uma comunidade activa e sempre pronta a melhorá-lo e a ajudar quem precise.

Tem sido o meu único telemóvel nos últimos 2 meses, e não podia estar mais satisfeito com a compra.

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